Soja

Soja opera com leves baixas em Chicago nesta 5ª feira ainda se posicionando antes do USDA

Por volta de 8h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 1,75 e 3,25 pontos, com o julho/18 valendo US$ 8,65 por bushel


Publicado em: 28/06/2018 às 10:10hs

Soja opera com leves baixas em Chicago nesta 5ª feira ainda se posicionando antes do USDA

Os preços da soja voltam a recuar na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira (28) e segue se ajustando antes da divulgação dos novos boletins do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que acontece amanhã. Com isso, por volta de 8h20 (horário de Brasília), as cotações perdiam entre 1,75 e 3,25 pontos, com o julho/18 valendo US$ 8,65 por bushel.

Apesar dessa tenativa de ajuste, o mercado internacional da oleaginosa não desvia sua atenção da disputa entre China e Estados Unidos e os desdobramentos dessa guerra comercial, mesmo que as novidades sejam ainda escassas sobre a pauta.

"A notícia de que a administração de Trump estaria disposta a aliviar suas complexas demandas sobre possíveis novas restrições de investimentos chineses até trouxe sustento positivo na última sessão noturna em Chicago. No entanto, no decorrer do dia, toda essa especulação foi dissolvida com nenhuma novidade que confirmasse tal intenção norte-americana, nem mesmo que trouxesse qualquer tendência de que EUA ou China estivesse em caminho para resoluções político-comerciais de seus vigentes conflitos", explicam os analistas da AgResource Mercosul (ARC).

Ademais, há também uma pressão do cenário climático ideal para o desenvolvimento das lavouras norte-americanas que segue no radar dos traders. Uma ou outra região entre as principais do Corn Belt sofre com alguma alteração no índice de precipitações, porém, nada que construa uma ameaça à nova safra americana.

Para os próximos dias e o início de julho, que é um dos meses-chave para a produção dos EUA, os alertas começam a ficar mais expressivos.

"Como já estamos alertando há alguns dias, as previsões climáticas para o Centro dos EUA têm reduzido as precipitações projetadas, devido ao estabelecimento de uma nova massa de ar quente de alta pressão sobre a região. Nos mapas climáticos atualizados, tal massa de ar é persistente durante os 12 primeiros dias de julho, pelo menos. As regiões mais afetadas com a falta de chuvas serão exatamente aquelas regadas com intensidade nos últimos dias. A permanência deste padrão árido em julho é preocupante", diz a ARC.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja: Paranaguá tem boas altas nesta 4ª puxadas pelo avanço do dólar; CBOT fica estável

O mercado futuro norte-americano da soja foi perdendo força ao longo do dia e deixou para trás os ganhos mais fortes registrados mais cedo para terminar o dia na estabilidade no pregão desta quarta-feira (27). Na Bolsa de Chicago, os futuros da oleaginosa fecharam a sessão com altas tímidas de 0,25 a 1,50 ponto entre as posições mais negociadas, levando o julho a US$ 8,67 por bushel.

Embora os traders busquem um ajuste e a tentativa de efetivar uma recuperação, uma combinação de fatores seue pressionando e limitando as cotações na CBOT. Entre elas, seguem a guerra comercial entre China e Estados Unidos - que ainda não conta com um acordo no horizonte - e as boas condições de clima no Meio-Oeste norte-americano.

Sobre a questão China x EUA, o analista sênior da Price Futures Group, Jack Scoville, afirma que há um encontro em andamento entre líderes dos dois países - o qual tem sido pouco comentado na mídia - de onde poderiam sair novidades. "Todos estão esperando um acordo", diz Scoville em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Ainda assim, o analista de mercado Jason Roose, da U.S. Commodities, em entrevista ao Agriculture. com, afirmou que a movimentação do mercado nesta quarta, apesar de uma redução significativa das altas, ainda sinalizou algum suporte dos preços nos atuais patmares. Há, afinal, uma tentativa dos traders também de se posicionar de forma adequada antes dos novos relatórios que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima sexta-feira (29).

"Os grãos estãos encontrando suporte no posicionamento do mercado antes de importantes dados de estoques trimestrais e área plantada que serão divulgados no final da semana. A não existência, até este ponto, de uma ameaça climática também tem limitado os rallies, mas os prêmios de risco pode ser registrados na medida em que as incertezas começarem a aparecer", diz Roose.

Ainda assim, para o analista Al Kluis, da Kluis Advisor, os 'baixistas' continuam dominando o mercado nesse momento, especialmente em função do quadro climático. O executivo, porém, chama atenção para o excesso de chuvas em pontos das regiões produtoras mais importantes do país.

"O coração do Corn Belt tem visto múltiplas ocorrências de chuvas por semana durante junho. Em algumas áreas, há muita umidade e, se houver muita chuva atrapalhando e comprometendo os índices de produtividade, os participantes do mercado irão quantificar os problemas e então saber como serão os impactos sobre os preços", explica Kluis. "A menos que tenhamos um acordo com a China, a espera pelos relatórios do USDA continua no centro das atenções", completa.

Mercado Brasileiro

No Brasil, o impacto cambial foi inevitável nesta quarta-feira e, ao menos no porto de Rio Grande, os preços subiram. A soja disponível fechou o dia com R$ 84,70 por saca e a referência julho/18 com R$ 85,50, com ganhos respectivos de 1,44% e 1,18%. Já em Paranaguá, estabilidade nos R$ 83,00 no disponível e em R$ 80,00 no março/19.

O avanço vieram com novas altas dos prêmios e do dólar frente ao real, o que puxou preços também no interior do país, onde as altas passaram de 1% em algumas praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas. As referências buscam se manter, ao menos, acima dos R$ 70,00 por saca.

Em Paranaguá, as altas dos prêmios nas principais posições de entrega foram de 2,78% a 9,38%, com o agosto e o setembro/18 somando 185 pontos acima dos valores praticados em Chicago. Para julho/18 são 175 pontos.

Ao mesmo tempo, o dólar fechou com alta de 2,04% nesta quarta, e valendo R$ 3,8755, seu mais alto patamar desde 7 de junho. O dia, mais uma vez, foi de forte aversão ao risco por conta das tensões comerciais dos EUA que se estendem além da China e já chegam a importantes economias também da União Europeia.

"A conjuntura atual não nos ajuda em nada. Além de o cenário externo não estar ajudando, não temos nada para comemorar no doméstico", avaliou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo à agência de notícias Reuters.

Fonte: Notícias Agrícolas

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