Publicado em: 12/09/2018 às 11:10hs
No dia da divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o mercado da soja trabalha com leves baixas na Bolsa de Chicago. Por volta de 7h30 (horário de Brasília), as cotações perdia, de 2 a 4,75 pontos nos principais contratos, com o novembro/18 sendo cotado a US$ 8,27 por bushel no pregão desta quarta-feira (12).
Antes da chegada dos novos números, os traders seguem se ajustando e liquidando algumas posições, em um movimento técnico de proteção, segundo explicam analistas e consultores de mercado.
"Gestores de investimento recordam um relatório do Oferta e Demanda do USDA em agosto que trouxe um cenário baixista para os preços da soja, e temem que o mesmo aconteça amanhã, na atualização deste relatório mensal. Além de produtividades recordes esperadas, o mercado também aposta em estoques estadunidenses da soja nos maiores níveis da história, uma vez que a demanda pelo grão vem sendo prejudicada pelos embates políticos-comerciais de Trump e os principais parceiros econômicos dos EUA", explicam os executivos da AgResource Mercosul (ARC).
Além da espera pelos números, outros dados trazidos pelo USDA também pressionam as cotações, uma vez que mostram uma melhora de dois pontos percentuais o índice de lavouras norte-americanas de soja em boas ou excelentes condições. O número passou de 66% para 68% e supera também a média dos últimos cinco anos, que é de 64%.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja disponível em Paranaguá fecha o dia em R$ 99/saca refletindo prêmios fortes e nova alta do dólar
Os preços da soja fecharam o pregão desta terça-feira (11) com baixas de mais de 10 pontos entre as principais posições na Bolsa de Chicago, ainda assim, as referências nos portos do Brasil terminaram o dia com altas de mais de 1% e o disponível alcançando os R$ 99,00 por saca em Paranaguá.
"São os melhores preços da temporada para a soja disponível", diz Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting. O ganho para o indicativo foi de 1,02% somente nesta terça.
Ainda no terminal paranaense, a referência para fevereiro de 2019 foi a R$ 87,00, com alta ade 1,16%. Já no porto de Rio Grande, 1,09% de ganho no spot para R$ 93,00 e de 1,08% para outubro, que ficou em R$ 93,50 por saca.
No interior do Brasil os preços também subiram e os avanços chegaram a 8,11%, como foi o caso de São Gabriel do Oeste, Mato Grosso do Sul, onde a última referência foi, nesta terça-feira, de R$ 80,00 por saca. Em Castro, no Paraná, a cotação já chega aos R$ 94,50 e subiu 2,72%.
O mercado brasileiro continua reagindo à combinação de altas fortes no dólar e nos prêmios. Nesse último caso, as principais posições de entrega apresentaram altas de 2,50% a 9,09%, com os valores variando de US$ 1,20 - para fevereiro do ano que vem - a US$ 2,40 para novembro sobre os preços praticados na Bolsa de Chicago.
No mercado cambial, a moeda americana fechou com alta de 1,47% e valendo R$ 4,1539. Segundo especialistas ouvidos pelo G1 há, pelo menos, seis fatores que têm influenciado nessa movimentação do dólar neste momento: indefinição eleitoral gera corrida por dólares; guerra comercial afeta os emergentes; alta do juros nos EUA fortalece o dólar; crise das moedas emergentes afeta o Brasil; fraqueza da economia contamina os mercados e investidores aproveitam incerteza para especular.
Bolsa de Chicago
O mercado internacional, segundo explicam analistas e consultores, se ajustam antes da divulgação do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será reportado nesta quarta (12). As principais posições fecharam o pregão caindo mais de 13 pontos, com o novembro/18 - referência para o mercado - valendo US$ 8,31 por bushel.
E as expectativas dos traders deverão ser números baixistas para os preços, com correções para cima da nova safra dos Estados Unidos.
Os dados de produtividade deverão ser recordes, ainda de acordo com as expectativas, e os estoques finais 2018/19 também deverão ser revisados para cima, e confirmando-se esse quadro, uma nova pressão sobre as cotações é esperada.
"Hoje é véspera do relatório USDA de oferta e demanda mundial e, provavelmente, veremos alguns ajustes de posições e talvez proteção contra números possivelmente baixistas", diz o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
Os preços sentem também o peso de um cancelamento de vendas de 129 mil toneladas de soja dos EUA para destinos não revelados. A atividade foi informada nesta terça pelo USDA e deu mais força às baixas.
Além do cancelamento, a alta forte do dólar frente ao real também é outro fator de pressão. Perto de 12h50 (Brasília), a moeda americana era cotada a R$ 4,16, com alta de 1,73%. Mais cedo, a divisa subia mais de 2% e o foco dos participantes do mercado segue mantido sobre a corrida presidencial no Brasil.
Ademais, o mercado segue atento ainda às negociações comerciais em torno da disputa EUA x China e do Nafta, além da pressão da colheita que se inicia, ainda de forma tímida, no Corn Belt. Sendo esse último fator, porém, ainda de pouca influência expressiva sobre as cotações.
"O início da colheita nos Estados Unidos traz alguns relatos de produtividades, porém nada em área significante. Os primeiros talhões colhidos possuem números abaixo do esperado, porém são regiões que sofreram com estiagens de junho e início de julho", diz o boletim diário da AgResource Mercosul (ARC).
Fonte: Notícias Agrícolas
◄ Leia outras notícias