Soja

Soja: óleo ganha espaço na indústria, preços recuam em Chicago e mercado interno segue estável

Óleo de soja alcança participação histórica na margem da indústria


Publicado em: 15/09/2025 às 11:20hs

Soja: óleo ganha espaço na indústria, preços recuam em Chicago e mercado interno segue estável

Um levantamento do Cepea revelou que o óleo de soja conquistou, na última semana, participação quase igual à do farelo na margem de lucro da indústria de esmagamento, algo inédito no setor. A fatia do óleo atingiu 49% no dia 11 de setembro, enquanto o farelo respondeu por 51%.

Tradicionalmente, o farelo tem maior relevância na composição da margem — em 2023, sua média foi de 62,2%, contra 37,8% do óleo. O movimento atual reflete o avanço da demanda pelo óleo brasileiro, especialmente do setor de biodiesel.

Mercado interno mostra estabilidade em estados produtores

No Brasil, as negociações de soja seguem em compasso de espera, com produtores retraídos e preços estáveis em várias regiões.

  • Rio Grande do Sul: portos registraram R$ 142,00 (-0,35%) por saca; no interior, R$ 134,00 em municípios como Cruz Alta e Passo Fundo.
  • Santa Catarina: mercado pouco movimentado; no porto de São Francisco, a saca foi cotada a R$ 140,82.
  • Paraná: em Paranaguá, a cotação foi de R$ 142,60 (+0,05%); no interior, variação entre R$ 123,92 e R$ 131,65.
  • Mato Grosso do Sul: destaque para altas pontuais, com valores entre R$ 121,99 (+1,34%) em Chapadão do Sul e R$ 126,15 (+2,17%) em Sidrolândia.
  • Mato Grosso: mercado com leves recuos e baixa liquidez; preços variaram de R$ 120,85 a R$ 123,50 por saca em cidades como Lucas do Rio Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis.

Segundo analistas, a boa umidade do solo no Centro-Oeste favorece o avanço do plantio da safra 2025/26, o que sustenta perspectivas otimistas para a nova temporada.

Soja recua em Chicago com realização de lucros

Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja iniciaram a segunda-feira (15) em baixa, devolvendo parte dos ganhos da última sessão. Por volta de 7h15 (horário de Brasília), o contrato de janeiro/25 era negociado a US$ 10,61 e o de maio/25 a US$ 10,89 por bushel, em queda de pouco mais de 4 pontos.

O movimento foi atribuído à realização de lucros e ao impacto dos fundamentos: a safra norte-americana foi levemente revisada para cima, enquanto as exportações foram reduzidas. Além disso, a ausência da China nas compras de soja dos EUA segue pressionando os preços.

Relatório do USDA sustenta alta na última semana

Na sexta-feira (13), a soja havia encerrado a sessão em alta em Chicago, impulsionada pelo relatório WASDE do USDA. O documento trouxe dados mistos: queda na produtividade, aumento no volume final da safra e menor demanda externa, compensada por esmagamento recorde nos Estados Unidos.

  • Contrato de novembro/24: alta de 1,26% (12,75 cents/bushel), cotado a US$ 1.046,50.
  • Contrato de janeiro/25: valorização de 1,24%, a US$ 1.065,50.
  • Farelo (outubro/24): avanço de 0,52%, a US$ 287,60 por tonelada curta.
  • Óleo (outubro/24): alta de 1,16%, cotado a US$ 51,67 por libra-peso.

No acumulado da semana, a soja subiu 1,90% (19,50 cents/bushel), o farelo avançou 2,5% e o óleo 1,69%, mostrando resiliência mesmo em meio à volatilidade.

Perspectivas para o mercado

Com o início da semeadura no Brasil e boas condições climáticas no Centro-Oeste, há expectativa de produção recorde na safra 2025/26, o que deve manter o país competitivo no mercado internacional. No curto prazo, investidores também acompanham a variação do câmbio, que influencia diretamente as exportações brasileiras.

Fonte: Portal do Agronegócio

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