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Soja: Mercado ainda digere números do USDA e tem leve recuo

Os novos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ontem ainda são refletidos pelo mercado internacional da soja nesta terça-feira (1)


Publicado em: 01/07/2014 às 10:50hs

Soja: Mercado ainda digere números do USDA e tem leve recuo

Na sessão eletrônica, por volta das 7h30 (horário de Brasília), as cotações operavam em campo negativo, com perdas que variavam entre 1,50 e 7 pontos.

O órgão norte-americano apontou estoques trimestrais em 1º de junho nos EUA em mais de 11 milhões de toneladas, ficando bem acima das expectativas do mercado que variavam entre 10,4 e 10,6 milhões de toneladas. Paralelamente, estimou para a safra 2014/15 uma área superior a 34 milhões de hectares, o que poderia resultar em uma safra de mais de 100 milhões de toneladas, caso as condições climáticas se mantenham bastante favoráveis.

Ainda ontem, depois do fechamento do mercado, o USDA reportou em seu novo boletim de acompanhamento de safras que 72% das lavouras de soja estão em boas ou excelentes condições, 90% já emergiram e 10% já floresceram. Os números vieram em linha ou ligeiramente acima da média registrada nos últimos cinco anos.

"O mercado está olhando agora para as condições da safra dos Estados Unidos, que são muito boas nesse momento, e começou a construir grandes expectativas para a nova temporada", disse o analista internacional Paul Deane à agência de notícias Bloomberg.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Depois do USDA, soja tem forte recuo em Chicago e no Brasil

Nesta segunda-feira (30), o mercado internacional da soja despencou após a divulgação dos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estaddos Unidos) sobre os estoques trimestrais da safra 2013/14 e da área de plantio para a temporada nova. Entre os vencimentos mais negociados, as perdas foram superiores a 50 pontos e, em alguns momentos do pregão, os futuros da oleaginosa chegaram a se aproximar do limite de baixa.

Assim, o mercado fechou com os menores patamares em três meses na CBOT. O contrato agosto terminou o dia valendo US$ 13,29 por bushel, e o novembro/14, referência para a safra norte-americana, a US$ 11,53, perdendo 75 pontos. A baixa foi generalizada, uma vez que vieram dados baixistas e bastante surpreendentes tanto para a safra nova, qaunto para a safra velha.

Estoques Trimestrais acima do esperado e área recorde

Os estoques de soja em 1º de junho nos Estados Unidos foram estimados em 11,02 milhões de toneladas. No entanto, o esperado pelos traders era algo entre 10,61 milhões e 10,34 milhões de toneladas, dado ao aperto do quadro atual de oferta e demanda extremamente apertado no país. Em março, os estoques trimestrais foram reportados pelo USDA em 27 milhões de toneladas e em junho do ano passado o número foi de 11,84 milhões de toneladas.

Além dos estoques acima do esperado, a área estimada para ser cultivada com soja na próxima safra também veio muito acima das expectativas e surpreenderam expressivamente os traders. O USDA reportou a área em 34,2 milhões de hectares, ficando bem acima das expectativas do mercado, que eram de 33,5 milhões de hectares e das estimativas reportadas em março, de 32,98 milhões. Além disso, o número ficou bem acima do registrado na safra 2013/14, de 30,96 milhões de hectares cultivados com soja.

Segundo analistas, caso essa área recorde se concretize e as condições climáticas permaneçam favoráveis como têm se mostrado nas últimas semanas, a nova safra de soja dos EUA poderá superas as 100 milhões de toneladas na temporada 2014/15. O mercado espera, no entanto, informações sobre um possível abandono de área ou de troca de cultura por conta do excesso de chuvas dos últimos dias, que causou inundações em muitas regiões produtoras. Esses dados, no entanto, só serão conhecidos mais adiante e, ainda de acordo com analistas, não deverão causar um impacto muito expressivo sobre a direção dos negócios.

"Nem mesmo o mais otimista esperava uma área superior a 34 milhões de hectares para a soja nos EUA", afirma o economista e analista de mercado da Granoeste Corretora, Camilo Motter. Esses números do USDA já reduziram, inclusive, o número de contratos negociados no vencimento referência para a safra americana - novembro/14.

Embarques semanais

Antes desses números, porém, o departamento norte-americano já havia reportado o boletim de embarques semanais dos EUA, trazendo um volume de soja em 72,804 mil toneladas. Houve um aumento em relação aos números da semana anterior - de 61,919 mil toneladas - e esse montante elevou o total acumulado no ano a 42.597,860 milhões de toneladas, frente à projeção do USDA para a temporada de 43,55 milhões.

Eesses dados confirmam um quadro já conhecido pelo mercado e que já vem sendo relatado por analistas e participantes dos negócios, de uma severa escassez de produto nos EUA por conta da demanda ainda muito aquecida, tanto para exportações quanto interna, o que vinha mantendo importante suporte para as cotações no curto prazo.

Mercado Interno

No mercado interno, os negócios ficaram travados depois das novidades vindas do USDA e fecharam o dia com cotações nominais. Os vendedores, que já estavam retraídos, se mantiveram ainda mais distantes. Nem mesmo a alta do dólar e os prêmios altos pagos nos portos brasileiros compensaram o expressivo recuo em Chicago.

As principais praças de comercialização registraram forte queda, portanto, nesta segunda-feira. Em Londrina/PR, a baixa foi de 3,31%, com a saca valendo R$ 58,50; em Dourados/MS, o valor caiu 3,23%, cotado a R$ 60,00; em Cascavel/PR, a saca foi de R$ 66,00 para R$ 64,00; em Rondonópolis/MT, baixou de R$ 61,00 para R$ 58,00 e em Passo Fundo o preço caiu de R$ 67,00 para R$ 66,00 por saca.

Fonte: Notícias Agrícolas

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