Publicado em: 22/10/2025 às 11:20hs
O mercado da soja segue em ritmo de oscilação no Brasil, com diferentes cenários regionais marcando o início da safra e refletindo tanto o comportamento da Bolsa de Chicago (CBOT) quanto as condições locais de oferta e demanda. Segundo levantamento da TF Agroeconômica, estados como Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso mantêm posições estratégicas, ainda que enfrentem ajustes de preços e desafios logísticos.
No Rio Grande do Sul, a recuperação da produção vem acompanhada por variações de preços entre as regiões. Para pagamento em 15 de outubro, com entrega ainda no mês, o preço nos portos foi reportado a R$ 140,00/sc, enquanto no interior, municípios como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz registraram médias de R$ 131,00/sc. Em Panambi, o mercado físico apresentou queda mais acentuada, com a saca recuando para R$ 120,00, refletindo menor interesse comprador.
Em Santa Catarina, a força do mercado está concentrada nos portos, onde há pouca variação de preços mesmo diante do aumento da oferta. No porto de São Francisco do Sul, a saca foi cotada a R$ 138,52 (-0,18%), impulsionada por uma demanda pontual para embarques imediatos, contrariando o movimento de baixa em Chicago.
O Paraná mantém protagonismo com o porto de Paranaguá entre os mais valorizados do país. A saca de soja foi cotada a R$ 139,75 (-0,34%), enquanto em Cascavel ficou em R$ 128,40 (-0,07%) e em Maringá, R$ 128,57 (+0,07%). Já em Ponta Grossa, o preço FOB chegou a R$ 130,11 (-0,18%), e o balcão local manteve valores em torno de R$ 120,00.
No Mato Grosso do Sul, o comportamento foi de leve queda, com destaque para Dourados, Campo Grande e Maracaju, onde o preço ficou em R$ 124,75 (-0,38%). Em Chapadão do Sul, a cotação foi de R$ 120,41 (-0,16%), e em Sidrolândia, também R$ 124,75 (-0,38%).
Já o Mato Grosso, principal polo produtor nacional, apresentou firmeza com variações limitadas a 0,20%. Campo Verde e Rondonópolis registraram R$ 121,51 (-0,14%), enquanto Lucas do Rio Verde e Sorriso ficaram em R$ 119,50 (+0,06%), demonstrando estabilidade na formação dos preços.
O mercado internacional da soja começou esta quarta-feira (22) em alta na Bolsa de Chicago, impulsionado pela expectativa de avanços nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Por volta das 8h32 (horário de Brasília), o contrato de janeiro/26 era cotado a US$ 10,52, com alta de 3,50 pontos. O vencimento março/26 registrava US$ 10,65 (+3 pontos), o maio/26 operava a US$ 10,78 (+3 pontos) e o julho/26 subia para US$ 10,89 (+3 pontos).
Segundo o portal Successful Farming, as cotações avançam de forma moderada diante da incerteza sobre a possível reunião entre Donald Trump e Xi Jinping, prevista à margem de uma conferência econômica na Coreia do Sul. A expectativa é de que o encontro possa resultar em um novo acordo que alivie as tarifas entre as duas maiores economias do mundo. No entanto, o próprio Trump afirmou que o encontro pode não ocorrer, o que mantém o mercado dividido entre otimismo e cautela.
Apesar da recuperação pontual nesta quarta, o pregão anterior foi de baixa em Chicago. A soja encerrou a terça-feira (21) com desvalorização após a divulgação de dados fracos de exportação dos EUA. O contrato novembro/25 caiu 0,10%, para US$ 1.030,75/bushel, e o janeiro/26 recuou 0,14%, a US$ 1.048,50.
Nos derivados, o farelo de soja para dezembro subiu 0,67%, cotado a US$ 286,90/tonelada curta, enquanto o óleo de soja do mesmo vencimento caiu 1,29%, a US$ 50,65 por libra-peso. O movimento foi interpretado como um ajuste técnico, após dias de valorização apoiada em expectativas de trégua comercial.
De acordo com a TF Agroeconômica, cerca de 73% da soja americana já foi colhida, mas o ritmo de exportações segue abaixo do esperado. No acumulado do ano comercial, os embarques estão 31% inferiores ao mesmo período do ano anterior, cobrindo apenas 12,2% da estimativa do USDA — o menor índice dos últimos 12 anos.
Mesmo que a China aumente as compras entre dezembro e janeiro para recompor estoques, analistas avaliam que o volume final representará menos da metade do negociado na safra passada. Esse cenário tem levado o mercado a revisar expectativas, trocando o recente otimismo por uma visão mais cautelosa sobre o desempenho da oleaginosa no curto prazo.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias