Soja

Soja mantém preços firmes no Brasil com cenário externo favorável e avanço do plantio

Negociações entre China e Estados Unidos impulsionam cotações em Chicago, enquanto produtores brasileiros acompanham clima e logística; Santa Catarina e Paraná se destacam na remuneração ao produtor.


Publicado em: 03/11/2025 às 11:00hs

Soja mantém preços firmes no Brasil com cenário externo favorável e avanço do plantio
China retoma compras e pressiona prêmios de exportação brasileiros

O mercado da soja iniciou novembro sob influência direta da retomada parcial das importações chinesas junto aos Estados Unidos, o que tem reduzido os prêmios de exportação no Brasil. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), os contratos para embarques em 2026 voltaram a registrar patamares negativos — algo não observado desde julho deste ano.

Mesmo com essa pressão, as cotações da oleaginosa no mercado físico brasileiro seguem firmes. Produtores nacionais têm priorizado a negociação de lotes com entrega imediata e pagamento a prazo, buscando garantir os atuais níveis de preço.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mantém previsão de safra recorde para 2025/26, estimada em 177,6 milhões de toneladas. Entretanto, a estatal alerta para a possibilidade de redução na produtividade no Centro-Oeste, em razão dos efeitos do fenômeno La Niña.

Nos últimos dias, as chuvas retornaram a importantes regiões produtoras, trazendo alívio e reforçando o otimismo entre os sojicultores.

Soja avança em Chicago e janeiro testa os US$ 11,20 por bushel

Na Bolsa de Chicago, os preços da soja começaram a semana com leves altas. Por volta das 7h15 (horário de Brasília) desta segunda-feira (3), os contratos apresentavam ganhos entre 2,50 e 5,75 pontos, levando o vencimento janeiro a US$ 11,21 e o maio a US$ 11,36 por bushel.

O mercado internacional segue sustentado pela melhora nas expectativas comerciais entre China e Estados Unidos, fator que mantém as cotações acima dos US$ 11 por bushel. Contudo, os investidores ainda aguardam a concretização efetiva dessas transações.

O clima no Brasil também permanece sob os holofotes. O último relatório da Pátria Agronegócios indica que o plantio da safra 2025/26 já está concluído em 46,56% da área nacional, ritmo ligeiramente acima da média histórica de 43,64%, mas abaixo dos 54,25% observados no mesmo período do ano passado.

Eventos climáticos, como o temporal que atingiu parte do Paraná no fim de semana, têm chamado a atenção do mercado, reforçando o monitoramento das condições das lavouras nas principais regiões produtoras.

Mercado interno mantém estabilidade, e Santa Catarina lidera na remuneração ao produtor

A comercialização da soja no Rio Grande do Sul manteve estabilidade, conforme dados da TF Agroeconômica. No porto, os preços foram reportados a R$ 141,50/saca (-0,35%), enquanto no interior as referências variaram entre R$ 120 e R$ 131/saca, dependendo da localidade.

Em Santa Catarina, os produtores registram uma das melhores remunerações do país, impulsionados pela logística eficiente próxima aos portos de Itajaí e São Francisco do Sul, onde a saca é cotada a R$ 140,25 (+0,67%).

No Paraná, a estrutura logística robusta, ancorada no Porto de Paranaguá, também sustenta bons preços. As cotações variam entre R$ 128,41 e R$ 140,63/saca, conforme a praça de comercialização.

Já no Mato Grosso do Sul, os preços se mantêm estáveis, com o spot em R$ 123,38/saca, enquanto o Mato Grosso segue acelerando o plantio, ainda que sob risco climático e gargalos logísticos. As cotações giram em torno de R$ 119,08 a R$ 121,75/saca, dependendo da localidade.

Chicago encerra outubro com a maior alta mensal da soja em cinco anos

Encerrando outubro, a soja na Bolsa de Chicago registrou a maior valorização mensal dos últimos cinco anos, refletindo o otimismo com o acordo comercial entre Estados Unidos e China.

O contrato novembro subiu 0,76%, a US$ 10,99 por bushel, enquanto o janeiro avançou 0,70%, para US$ 11,15. O farelo de soja também se destacou, com alta de 1,90% (US$ 321,6/tonelada curta), e o óleo recuou 1,95%, a US$ 48,68/libra-peso.

No acumulado do mês, a oleaginosa valorizou 9,78%, enquanto o farelo saltou 17,7%. A reaproximação entre as duas potências alimenta expectativas de normalização do comércio agrícola global e reforça a confiança no mercado da soja para 2025.

Rumores de novas compras pela estatal chinesa COFCO e declarações do governo dos EUA sobre a intenção de Pequim em adquirir 12 milhões de toneladas até janeiro e 25 milhões anuais nos próximos três anos ajudaram a impulsionar as cotações.

Fonte: Portal do Agronegócio

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