Publicado em: 11/09/2025 às 19:00hs
Em agosto, o preço da soja recuou na Bolsa de Chicago (CBOT) pelo segundo mês consecutivo, fechando a US$ 10,05 por bushel. A queda de 0,8% refletiu a ausência de compras chinesas nos Estados Unidos e a desvalorização do óleo de soja, que caiu quase 4% no mês.
Apesar desse cenário internacional, os prêmios de exportação sustentaram os preços no mercado interno brasileiro. Em Paranaguá, a saca valorizou 2,6%, chegando a R$ 140, enquanto em Sorriso (MT) a alta foi de 5,5%, para R$ 119. O prêmio em Paranaguá alcançou US$ 1,48 por bushel, bem acima da média de US$ 1,30 registrada nos últimos cinco anos para o período.
A valorização dos contratos futuros estimulou o avanço da comercialização da safra 2025/26. Em agosto, os contratos de janeiro, março e julho de 2026 registraram altas entre 0,7% e 0,8%. Como resultado, cerca de 20% da produção projetada de 175 milhões de toneladas já foi vendida, o equivalente a aproximadamente 36 milhões de toneladas.
Esse ritmo supera o observado em anos anteriores, embora ainda esteja abaixo dos 25% comercializados no mesmo período de 2024. A maior demanda chinesa e a atratividade dos prêmios foram fatores decisivos para esse movimento.
O relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe ajustes importantes no balanço de oferta e demanda. A produtividade foi revisada de 3,5 para 3,6 toneladas por hectare, mas a área colhida caiu para 32,4 milhões de hectares (-2,9% em relação a julho). Com isso, a produção americana passou de 118 milhões de toneladas em julho para 116,8 milhões em agosto.
As exportações também foram reduzidas para 46,4 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais ficaram em 7,9 milhões, apontando para um balanço mais apertado. Já o Pro Farmer Crop Tour projetou produtividade de 3,55 t/ha, o que levaria a produção para 115,6 milhões de toneladas, abaixo da estimativa do USDA.
No Brasil, o vazio sanitário já terminou em parte do Paraná, permitindo o início do plantio nos municípios do Norte, Noroeste, Centro-Oeste e Oeste. Para as demais regiões do estado, o período de restrição será encerrado entre 11 e 20 de setembro. O Departamento de Economia Rural (Deral) estima uma área de 5,8 milhões de hectares na safra 2025/26, crescimento de 0,6% frente ao ciclo anterior.
Em Mato Grosso, o vazio foi encerrado em 6 de setembro. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a área cultivada deve crescer 1,7%, alcançando 13,1 milhões de hectares. Apesar de setembro começar com clima mais seco, as previsões indicam aumento das chuvas na segunda quinzena, o que pode antecipar o início da semeadura em relação ao ano passado.
Fonte: Portal do Agronegócio
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