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Soja mantém firmeza no plantio e preços sobem com otimismo sobre acordo entre EUA e China

Enquanto o clima irregular desafia produtores no Sul do Brasil, o mercado internacional reage positivamente à expectativa de retomada das compras chinesas e impulsiona as cotações em Chicago.


Publicado em: 28/10/2025 às 11:25hs

Soja mantém firmeza no plantio e preços sobem com otimismo sobre acordo entre EUA e China
Foto: CNA
Clima desafia produtores e influencia preços regionais

O avanço do plantio da soja no Brasil ocorre em ritmo firme, mas as condições climáticas adversas em algumas regiões têm influenciado o mercado interno, segundo levantamento da TF Agroeconômica.

No Rio Grande do Sul, a irregularidade das chuvas tem atrasado os trabalhos no campo, afetando o ritmo da safra. “Para pagamento em 15/10, com entrega em outubro, os preços no porto foram reportados a R$ 140,00 por saca (+0,72% na semana), enquanto no interior as referências giraram em torno de R$ 132,00/sc (+0,76%) em Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz. Já em Panambi, houve queda para R$ 120,00/sc, refletindo resistência local à demanda”, informou a consultoria.

Em Santa Catarina, o cenário é oposto: o excesso de chuvas tem dificultado o andamento da semeadura. “Nos principais polos catarinenses, os preços permanecem estáveis, refletindo um mercado em compasso de espera. No porto de São Francisco, a saca é cotada a R$ 138,55”, acrescentou a TF Agroeconômica.

Regiões do Centro-Oeste e Sul mantêm estabilidade nas negociações

No Paraná, o plantio avança de forma consistente e os preços seguem equilibrados. Em Paranaguá, a cotação chegou a R$ 141,00/sc (+1,22%), enquanto em Cascavel o valor caiu para R$ 127,45/sc (-2,56%). Em Maringá, a saca foi negociada a R$ 128,56 (-3,19%) e em Ponta Grossa, a R$ 130,61/sc (-2,75%). No balcão, o preço ficou próximo de R$ 120,00/sc.

Já no Mato Grosso do Sul, o mercado mantém uma postura cautelosa, com cotações praticamente estáveis. Em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, o preço ficou em R$ 125,54/sc (+0,19%), enquanto em Chapadão do Sul houve leve recuo para R$ 119,95/sc (-2,32%).

O Mato Grosso, por sua vez, registra um ritmo firme de comercialização, impulsionado pela estrutura logística e proximidade com portos exportadores. As cotações se mantêm próximas de R$ 120,00/sc nas principais praças: Lucas do Rio Verde, Sorriso e Nova Mutum (-0,09%). Já em Rondonópolis, Primavera do Leste e Campo Verde, houve queda de 5,16%, com o preço em torno de R$ 120,83/sc.

Chicago reage a otimismo sobre retomada das compras chinesas

No cenário internacional, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) seguem em alta, refletindo o otimismo dos investidores quanto à retomada das compras chinesas de soja norte-americana.

Na manhã desta terça-feira (28), os principais vencimentos subiam entre 10,25 e 11,50 pontos, com o contrato de janeiro cotado a US$ 10,95/bushel, março a US$ 11,06 e maio a US$ 11,17.

A valorização é impulsionada pelas expectativas de um acordo comercial entre Estados Unidos e China, após o anúncio de negociações bilaterais focadas em terras raras. O mercado aposta que o encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, marcado para esta quinta-feira (30) na Coreia do Sul, possa incluir um compromisso para retomada das importações de soja americana — suspensas desde maio.

De acordo com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, a China deve “voltar a comprar soja dos EUA de forma substancial”, o que reforça o clima de otimismo nas bolsas.

Cotações sobem mais de 2% e testam novas resistências

Na última sessão, os contratos de soja em grão com entrega em novembro de 2025 encerraram em US$ 10,67¼/bushel, alta de 2,44%. O contrato de janeiro de 2026 avançou 2,33%, cotado a US$ 10,85/bushel.

Nos subprodutos, o farelo teve ganho de US$ 4,10/t (+1,39%), fechando a US$ 298,20/t, enquanto o óleo de soja subiu 0,99%, encerrando a 50,77 centavos de dólar por libra-peso.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as inspeções de exportação de soja somaram 1,06 milhão de toneladas na semana encerrada em 23 de outubro — abaixo da semana anterior (1,59 milhão t) e do volume registrado há um ano (2,63 milhões t).

Mesmo com a queda semanal, o acumulado do ano-safra (iniciado em 1º de setembro) alcança 6,71 milhões de toneladas, mostrando sinais de recuperação gradual no ritmo de embarques.

Fonte: Portal do Agronegócio

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