Soja

Soja mantém estabilidade no Brasil e leve alta em Chicago com mercado atento à demanda chinesa e clima na América do Sul

O mercado da soja segue em compasso de espera, com preços estáveis no Brasil e leve recuperação na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quinta-feira (4)


Publicado em: 04/12/2025 às 11:07hs

Soja mantém estabilidade no Brasil e leve alta em Chicago com mercado atento à demanda chinesa e clima na América do Sul
Foto: CNA

A combinação entre um cenário climático incerto na América do Sul, a expectativa pelo novo relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a falta de confirmações sobre novas compras chinesas tem mantido o setor em ritmo de cautela.

Mercado interno mostra estabilidade e sustentação nos portos

No Brasil, os preços permanecem firmes nas principais praças, especialmente nos portos, que seguem sustentados pela demanda internacional. No porto de Rio Grande (RS), a saca chegou a R$ 145,00 no mercado spot, enquanto no interior do estado as cotações se mantiveram em torno de R$ 133,00 por saca.

Em Santa Catarina, a estabilidade também predomina, com tempo mais firme e boa movimentação nas agroindústrias locais. No porto de São Francisco do Sul, a soja é negociada a R$ 142,00 por saca, acompanhando as referências do Paraná.

O Paraná continua sendo o estado com melhor condição agronômica da safra. Em Paranaguá, o preço ficou em R$ 141,74, enquanto Cascavel registrou R$ 131,55, Maringá R$ 131,17, Ponta Grossa R$ 134,07 e Pato Branco R$ 142,00 por saca FOB.

Nos estados do Centro-Oeste, o cenário é misto. Em Mato Grosso do Sul, os produtores se mostram firmes nas negociações, e em Mato Grosso, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu as estimativas de produtividade para 60,45 sacas por hectare, refletindo a perda de potencial produtivo em algumas regiões.

Chicago reage com leve alta e traders aguardam o USDA

Na Bolsa de Chicago, os preços da soja voltaram a subir de forma moderada. Os contratos para janeiro encerraram o pregão a US$ 11,18 por bushel, e os de maio a US$ 11,36. O farelo acompanhou o movimento de alta, enquanto o óleo de soja recuou levemente.

O mercado ainda busca novas referências, com os investidores atentos à demanda da China. Embora o país asiático tenha anunciado a intenção de comprar até 12 milhões de toneladas de soja norte-americana até o início de 2026 — com potencial de expansão para 25 milhões de toneladas anuais nos próximos três anos —, as confirmações oficiais seguem limitadas.

A expectativa também se volta para o boletim mensal de oferta e demanda do USDA, que será divulgado em 9 de dezembro, e pode redefinir as projeções globais de produção e exportação.

Clima e oferta global seguem no radar

As condições climáticas continuam sendo um fator de risco para o mercado. A falta de chuvas regulares em áreas produtoras da América do Sul, principalmente no Brasil e na Argentina, tem preocupado analistas e limitado quedas mais acentuadas nas bolsas internacionais.

Ainda assim, a melhora na oferta global e a regularização dos estoques mantêm os preços sob controle. Caso as previsões de safra se confirmem, o Brasil deve registrar produção recorde na temporada 2025/26, consolidando-se como principal fornecedor mundial.

Perspectivas e atenção do produtor brasileiro

O produtor brasileiro entra em dezembro atento às condições climáticas e ao comportamento do dólar, fatores que influenciam diretamente a competitividade das exportações. A estabilidade cambial e a forte demanda por parte da indústria de ração e do setor exportador devem sustentar as cotações no curto prazo.

Mesmo com o ambiente global de incertezas, o mercado interno segue sólido, apoiado por fundamentos consistentes e pela expectativa de uma safra volumosa. O cenário indica que o Brasil continuará como referência mundial no fornecimento de soja nos próximos meses.

Fonte: Portal do Agronegócio

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