Publicado em: 02/10/2025 às 11:00hs
O mercado da soja começou o mês de outubro marcado por estabilidade no Brasil e forte influência política no cenário internacional. Enquanto produtores brasileiros observam cotações firmes em diferentes estados, em Chicago os preços variaram após declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre possíveis negociações com a China.
No Rio Grande do Sul, os preços apresentaram leve alta no porto, cotados a R$ 135,00 por saca (+1,12%). No interior, as cotações permaneceram estáveis em R$ 130,00 nas praças de Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz, enquanto em Panambi a saca foi negociada a R$ 119,00, segundo a TF Agroeconômica.
Em Santa Catarina, o mercado segue sem grandes variações. A saca em Rio do Sul ficou em R$ 128,00, sem alteração, e em Palma Sola foi cotada a R$ 119,00 (-0,83%). Com a safra 2024/25 já colhida, produtores concentram esforços na compra de insumos e preparação das áreas para o ciclo 2025/26. No porto de São Francisco, a soja foi negociada a R$ 134,39.
O Paraná também registrou preços estáveis. Em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 136,79 (+0,09%), em Cascavel a R$ 127,60 (-0,05%), em Maringá a R$ 126,63 (-0,09%), em Ponta Grossa a R$ 129,07 (-0,03%) e em Pato Branco a R$ 134,39. No balcão de Ponta Grossa, o preço foi de R$ 120,00.
No Mato Grosso do Sul, a redução nos custos de frete, após o fim do escoamento da safrinha, favoreceu a competitividade. Em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, a saca foi cotada a R$ 122,29 (-0,11%), enquanto em Chapadão do Sul ficou em R$ 119,90 (-0,04%).
Já no Mato Grosso, as cotações oscilaram. Em Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis, a saca foi negociada a R$ 120,59 (+0,07%). Em Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, os preços recuaram para R$ 115,47 (quedas de -1,47% e -1,42%, respectivamente). Em Sorriso, a saca ficou em R$ 115,24 (-0,20%).
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a quinta-feira (2) foi marcada por leve realização de lucros, após a disparada da sessão anterior. Por volta das 7h10 (horário de Brasília), os contratos recuavam entre 0,25 e 0,50 ponto, com janeiro cotado a US$ 10,30 e maio a US$ 10,60 por bushel.
O movimento reflete a cautela dos traders após o anúncio de Trump sobre um possível acordo com o presidente chinês Xi Jinping nas próximas semanas, que poderia incluir a soja como item central das negociações. A alta anterior foi vista como especulativa, e os investidores agora aguardam uma resposta oficial da China.
Enquanto isso, os fundamentos seguem no radar: no Brasil, o plantio avança; nos EUA, a colheita ocorre em ritmo acelerado, sem que o clima represente ameaça significativa. Entre os derivados, o óleo de soja subiu, enquanto o farelo registrou queda.
Na quarta-feira (1), a soja fechou em alta em Chicago, revertendo as perdas do início do pregão. O contrato para novembro avançou 1,12% (11,50 cents/bushel), encerrando em US$ 1.013,00, enquanto o de janeiro subiu 1,05% (10,75 cents/bushel), a US$ 1.031,00.
Nos derivados, o farelo de soja caiu 0,38%, cotado a US$ 264,70 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja subiu 1,80%, para US$ 49,75 por libra-peso.
Apesar da recuperação, fatores baixistas ainda pesam sobre o mercado. A paralisação do governo dos EUA pode atrasar relatórios oficiais que dão suporte às negociações. Além disso, a colheita acelerada no Meio-Oeste aumenta a oferta e pressiona os preços, somado à ausência de compras chinesas.
Ainda assim, a sinalização política de Trump deu fôlego ao mercado e garantiu ganhos próximos de 1% no dia. A volatilidade deve continuar, com atenção às negociações comerciais entre EUA e China e à evolução da safra norte-americana.
Fonte: Portal do Agronegócio
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