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Soja inicia a semana em queda na Bolsa de Chicago, com foco na demanda chinesa e atenção à safra brasileira

Mercado segue atento ao comportamento da China, enquanto produtores brasileiros avançam no plantio e monitoram condições climáticas regionais


Publicado em: 01/12/2025 às 10:40hs

Soja inicia a semana em queda na Bolsa de Chicago, com foco na demanda chinesa e atenção à safra brasileira
Foto: CNA

A semana começou com os contratos futuros da soja em queda na Bolsa de Chicago (CBOT). Apesar da pressão negativa nos preços, o mercado mantém atenção redobrada sobre a demanda chinesa e o andamento da safra 2025/26 no Brasil, em um cenário ainda fortemente influenciado por fatores geopolíticos.

Soja recua em Chicago, mas mantém suporte na demanda global

Por volta das 7h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (1º), as cotações da soja recuavam entre 4,75 e 5,25 pontos na CBOT, devolvendo parte dos ganhos registrados na última sexta-feira (29). O contrato com vencimento em janeiro era cotado a US$ 11,33 por bushel, enquanto o de maio — referência para a safra brasileira — operava em US$ 11,50 por bushel.

Nas últimas semanas, o mercado tem oscilado dentro de uma faixa entre US$ 11,20 e US$ 11,60, refletindo a combinação entre fatores políticos e fundamentos de oferta e demanda. A atenção dos agentes permanece voltada para o ritmo das compras chinesas de soja norte-americana, ao mesmo tempo em que o clima no Brasil e o avanço da safra 2025/26 entram no radar dos traders.

No complexo soja, o óleo iniciou a semana em baixa, enquanto o farelo se manteve estável.

Avanço do plantio e preços no mercado físico brasileiro

Região Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná

De acordo com informações da TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul mantém bom ritmo de semeadura, com preços no porto a R$ 140,00/sc e no interior em torno de R$ 131,00/sc em Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz. Em Panambi, o mercado apresentou maior resistência à queda, com a pedra a R$ 121,00/sc.

Em Santa Catarina, o avanço das lavouras segue limitado pela irregularidade das chuvas. A busca por estabilidade produtiva levou produtores a investir em estratégias de reservação de água, visando reduzir o impacto de veranicos. No porto de São Francisco do Sul, a saca é cotada a R$ 140,00, queda semanal de 0,38%.

No Paraná, o plantio foi concluído e as lavouras apresentam desenvolvimento uniforme. As principais praças registram os seguintes valores: Paranaguá (R$ 141,79/sc), Cascavel (R$ 130,59/sc), Maringá (R$ 130,99/sc) e Ponta Grossa (R$ 133,46/sc). No balcão, Ponta Grossa mantém cotações a R$ 120,00/sc.

Centro-Oeste: Mato Grosso do Sul e Mato Grosso

No Mato Grosso do Sul, o mercado se mantém ativo, impulsionado pela competição entre indústrias de esmagamento e tradings. A utilização de silos e a boa capacidade de secagem têm garantido eficiência operacional. As cotações variam entre R$ 123,76 e R$ 125,76/sc, dependendo da localidade.

No Mato Grosso, com o plantio encerrado, a safra entra na fase de definição produtiva. Os preços seguem estáveis: Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis a R$ 123,40/sc, enquanto Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso registram R$ 118,96/sc, com leve alta semanal.

Compras chinesas seguem como principal fator de sustentação

A demanda da China segue como o principal pilar de sustentação dos preços internacionais, ainda que os volumes efetivamente comprados estejam abaixo das projeções iniciais. De acordo com dados recentes, apenas 18,76% das compras prometidas até o fim do ano foram concretizadas, bem abaixo dos 35% esperados.

Como a soja americana mantém preço superior à brasileira, as aquisições chinesas têm sido lideradas por estatais, em um movimento interpretado como estratégico e político. Ainda assim, o interesse do país asiático ajudou a sustentar os preços no fechamento de novembro.

Desempenho recente e perspectivas para o mercado

No fechamento do mês de novembro, a soja acumulou alta de 1,99%, equivalente a 22,25 cents por bushel. No mesmo período, o farelo registrou queda de 2,2%, enquanto o óleo de soja subiu 6,33%, impulsionado pela maior demanda por biocombustíveis e produtos derivados.

Mesmo diante da volatilidade, o mercado segue equilibrado entre as pressões baixistas — ligadas à oferta robusta e à concorrência com a soja brasileira — e os fatores de suporte, especialmente as compras externas e o comportamento do dólar.

Expectativas para os próximos dias

Com as cotações ainda confinadas em uma faixa estreita, o mercado deve continuar altamente sensível à movimentação da China e às condições climáticas no Brasil. O avanço do plantio, o desempenho das lavouras e o comportamento do câmbio serão determinantes para as próximas variações de preço.

Enquanto isso, as exportações e o ritmo interno de comercialização seguem lado a lado, influenciando diretamente o posicionamento dos produtores e o comportamento das tradings nas próximas semanas.

Fonte: Portal do Agronegócio

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