Publicado em: 08/09/2025 às 11:00hs
Os preços da soja no Brasil iniciaram setembro em alta, segundo levantamento do Cepea. O desempenho positivo das exportações de grão e óleo tem intensificado a disputa entre compradores internos e externos, elevando os prêmios de exportação. Além disso, a valorização do dólar frente ao real amplia a competitividade do produto nacional e estimula as negociações internas.
Dados da Secex, analisados pelo Cepea, apontam que o Brasil exportou 9,33 milhões de toneladas de soja em agosto. Apesar da queda de 23,8% em relação a julho — movimento sazonal esperado —, o volume foi recorde para o mês. No acumulado do ano, entre janeiro e agosto, os embarques somaram 86,5 milhões de toneladas, também o maior da série histórica.
Mesmo com a firmeza das exportações, a comercialização da soja segue lenta em várias regiões do país, segundo a TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, a saca nos portos foi cotada a R$ 141,70 (+1,21%), enquanto no interior, em cidades como Cruz Alta, Passo Fundo e Santa Rosa, o preço girou em torno de R$ 135,00 (+0,75%).
Em Santa Catarina, o mercado apresentou movimentação pontual e sem tendência definida, refletindo condições específicas de cada região. No porto de São Francisco, a saca foi negociada a R$ 142,84.
No Paraná, os preços recuaram em algumas praças, embora o porto de Paranaguá tenha sustentado cotações próximas de R$ 142,35 (-0,11%). No interior, os valores variaram: R$ 129,01 em Cascavel (-0,98%), R$ 130,47 em Maringá (-2,14%), R$ 132,26 em Ponta Grossa (-0,89%) e R$ 124,00 em Pato Branco.
No Mato Grosso do Sul, o mercado mostrou estabilidade, mas com quedas pontuais. Em Dourados e Campo Grande, a saca ficou em R$ 123,51 (+2,07%), enquanto em Chapadão do Sul caiu para R$ 121,96 (-0,40%).
Já no Mato Grosso, maior produtor nacional, houve valorização apesar da queda em Chicago. Em Campo Verde e Primavera do Leste, a saca alcançou R$ 123,50, enquanto em Rondonópolis o preço chegou a R$ 130,00 (+8,11%).
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja abriram a semana em movimento lateralizado. Nesta segunda-feira (8), por volta das 5h50 (horário de Brasília), o vencimento novembro operava a US$ 10,27 por bushel e o março a US$ 10,61, com leves altas de 0,50 ponto.
O mercado segue sem novidades relevantes, com negociações entre China e Estados Unidos em ritmo lento e ausência de novas compras chinesas de soja americana. Ao mesmo tempo, investidores acompanham o avanço do plantio no Brasil, já autorizado em estados como Mato Grosso e Paraná.
Outro fator de atenção é o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), previsto para sexta-feira (12), que deve trazer projeções atualizadas de produtividade e exportações americanas.
Na última sexta-feira (6), a soja encerrou a sessão em queda na Bolsa de Chicago, refletindo a ausência da China nos relatórios semanais de vendas dos EUA. O contrato novembro recuou 0,58% (US$ -6,00 cents/bushel), cotado a US$ 1.027,00, enquanto o janeiro caiu 0,57% (US$ -6,00 cents/bushel), a US$ 1.045,50.
O farelo de soja teve leve alta de 0,14%, negociado a US$ 280,50 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja recuou 1,36%, para US$ 50,81 por libra-peso. No acumulado da semana, a soja caiu 2,61% (US$ -27,50 cents/bushel), o farelo recuou 1,0% e o óleo perdeu 1,72%.
Segundo analistas da TF Agroeconômica, a pressão vem da redução semanal das vendas americanas de soja e derivados, abaixo das expectativas. Embora os EUA tenham anunciado embarques de 327 mil toneladas para destinos não especificados, não há confirmação de que o comprador seja a China. Ao mesmo tempo, os chineses seguem priorizando embarques do Brasil, aumentando a concorrência direta com o produto norte-americano.
Fonte: Portal do Agronegócio
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