Publicado em: 08/08/2018 às 10:10hs
Os futuros da oleaginosa dão continuidade ao movimento positivo do pregão anterior, quando terminou os negócios subindo mais de 10 pontos entre os principais contratos, diante de preocupações com a nova safra dos EUA, mesmo que ainda tímidas.
Por outro lado, os preços ainda sentem a pressão da guerra comercial que segue entre China e Estados Unidos, sem a sinalização de um acordo entre os dois países e com novas rodadas de tarifações entrando em vigor.
Ainda em outra ponta, o mercado se divide também com as expectativas para o novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira, 10 de agsoto. E de acordo com analistas da AgResource Mercosul (ARC), estas últimas altas poderiam indicar que o departamento poderia trazer menores produtividades no reporte do final da semana.
Todavia, as previsões climáticas para a segunda quinzena de agosto já são bem melhores do que as da semana passada, com mais chuvas aparecendo nos radares.
Veja com fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja fecha com altas de dois dígitos em Chicago e puxa preços em Rio Grande nesta 3ª
O mercado futuro norte-americano da soja trabalhou durante toda a sessão desta sexta-feira em alta e intensificou seus ganhos no final do dia, finalizando os negócios subindo mais de 12 pontos entre os principais vencimentos.
A principal referência para os traders neste momento é o contrato novembro/18, que fechou com US$ 9,05 por bushel, avançando 12,25 pontos. O janeiro/19 já busca os US$ 9,20.
As atenções começam a se voltar para a nova safra dos Estados Unidos e às pontuais adversidades climáticas que promoveram uma baixa no índice de lavouras de soja em boas ou excelentes condições pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 70% para 67% na semana.
A mudança ficou acima do esperado e deu espaço para as altas observadas nesta terça, segundo explicaram analistas e consultores. Além disso, o mercado ainda buscou fôlego para compensar e retomar partes das baixas observadas mais no pregão anterior.
As últimas previsões climáticas começam a mostrar melhores condições de chuvas para a segunda metade de agosto, o que pode começar a trazer alguma alívio à regiões que vêm sofrendo com o tempo mais seco e temperaturas mais elevadas.
"Até então, as vigentes preocupações diante da safra nos Estados Unidos estariam concentradas ao centro-oeste do Cinturão Agrícola, o qual presenciou um padrão de precipitações abaixo da média, desde o começo de julho. Além do mais, as temperaturas estão longe do ideal, com um cenário mais quente sendo oferecido no mês de agosto. Entretanto, a ARC lembra que o principal fator limitante ao desenvolvimento são as chuvas. E desde que adequadas, os problemas com as temperaturas não conseguem afetar uma área generalizada, nem mesmo com grande intensidade", mostram as informações apuradas pela AgResource Mercosul (ARC).
O que ainda limita as altas, por outro lado, continua sendo a guerra comercial. O temor das tensões entre as duas maiores economias do mundo persiste e, embora haja uma melhor e mais expressiva demanda pela soja americana fora da China, os participantes do mercado seguem de olho nas negociações.
"A especulação vê resultados negativos se intensificando da retórica política dos EUA e China", como explicam os analistas da ARC. " A ARC lembra que os resultados da Guerra Comercial para a soja estadunidense não podem ficar muito pior que o atual cenário. Ficaríamos surpresos se nenhuma tentativa de reabertura das negociações entre os países envolvidos fosse presente até meados de setembro", completa a consultoria internacional.
Mercado Brasileiro
E embora os ganhos em Chicago tenham vindo acompanhados de uma boa alta do dólar frente ao real, os preços da soja no mercado brasileiro não terminaram todos de forma positiva nesta terça-feira.
Entre os portos, avanços foram registrados somente em Rio Grande, onde a soja disponível fechou com alta de 0,93% para R$ 87,00 por saca e a referência setembro foi a R$ 88,00, com alta de 0,57%. Em Paranaguá, as cotações ficaram estáveis em R$ 89,00 por saca no disponível e em R$ 81,50 para fevereiro do ano que vem.
No interior do país, algumas praças de comercialização chegaram a perder até 6,38%, como foi o caso de Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, onde o preço da soja ficou em R$ 66,00 por saca.
Fonte: Notícias Agrícolas
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