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Soja enfrenta volatilidade no Brasil e no exterior: preços recuam nos estados enquanto Chicago reage a medidas da Argentina

Pressão nos preços e expectativas de safra recorde no Sul


Publicado em: 26/09/2025 às 11:00hs

Soja enfrenta volatilidade no Brasil e no exterior: preços recuam nos estados enquanto Chicago reage a medidas da Argentina
Foto: CNA

O mercado da soja no Brasil segue pressionado, com cotações ajustadas e diferentes realidades entre os estados produtores. No Rio Grande do Sul, apesar da retração dos preços, a expectativa é de safra recorde, segundo informações da TF Agroeconômica.

No porto gaúcho, a saca para pagamento em outubro foi cotada a R$ 134,50, enquanto no interior os valores oscilaram conforme a praça: R$ 130,00 em Cruz Alta, Passo Fundo e Santa Rosa/São Luiz, e R$ 119,00 em Panambi.

Em Santa Catarina, a oleaginosa segue como a principal cultura agrícola do estado, mas a pressão sobre os preços e a cautela no avanço do plantio expõem os desafios para manter a competitividade. No porto de São Francisco, a saca foi negociada a R$ 135,57.

No Paraná, os preços também mostraram sinais de retração: em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 133,99 (-2,47%), em Cascavel a R$ 126,97 (+0,32%), em Maringá a R$ 126,09 (-0,69%), em Ponta Grossa a R$ 126,09 (-1,48%) e em Pato Branco a R$ 137,57.

Avanço tímido do plantio no Centro-Oeste

Em Mato Grosso do Sul, o plantio autorizado desde meados de setembro avança lentamente, já que muitos produtores aguardam chuvas mais consistentes. A pressão negativa do mercado físico e a baixa liquidez reduziram as cotações em importantes praças: em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia a saca foi cotada a R$ 122,24 (-0,33%), enquanto em Chapadão do Sul ficou em R$ 119,43 (-2,62%).

Já no Mato Grosso, os produtores mantêm a estratégia de vendas antecipadas, prática consolidada para reduzir riscos diante da volatilidade internacional. Em Campo Verde, a saca foi cotada a R$ 120,79 (-1,70%); em Lucas do Rio Verde a R$ 116,24 (-0,81%); em Nova Mutum a R$ 116,64 (-0,47%); em Primavera do Leste e Rondonópolis a R$ 120,79 (-1,20%); e em Sorriso a R$ 116,24 (-0,81%).

Soja em Chicago volta a operar de lado após semana negativa

No mercado internacional, os futuros da soja na Bolsa de Chicago iniciaram esta sexta-feira (26) com leves baixas, após uma semana marcada por forte volatilidade e perdas. Às 7h15 (horário de Brasília), os contratos recuavam entre 1 e 1,75 ponto: o vencimento janeiro era cotado a US$ 10,29 e o maio a US$ 10,26 por bushel.

O óleo de soja acompanhava o movimento de queda, após ganhos de mais de 1% na sessão anterior, enquanto o farelo voltou a subir. Milho e trigo também registraram recuos. O foco dos traders permanece na nova safra brasileira, que segue com boas perspectivas, e na colheita nos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que a ausência da China nas compras norte-americanas limita a recuperação das cotações.

Segundo a Pátria Agronegócios, os preços permanecem “confinados” na faixa de US$ 10,20 a US$ 10,80 por bushel desde abril.

Retorno das tarifas na Argentina impulsiona alta em Chicago

Na quinta-feira (25), o mercado registrou reação positiva após o governo argentino encerrar o regime temporário de alíquota zero para exportações de soja. Voltaram a valer as tarifas de 26% sobre a oleaginosa e de 24,5% sobre seus derivados, o que acelerou a comercialização: em apenas 72 horas, a cota foi preenchida e a China comprou cerca de 1,3 milhão de toneladas em 20 carregamentos.

Os contratos de novembro fecharam em alta de 0,32% (US$ 1.012,25) e os de janeiro subiram 0,29% (US$ 1.031,50). Já o farelo caiu 0,96%, enquanto o óleo avançou 0,91%.

Apesar da valorização em Chicago, o cenário global segue frágil, com as exportações semanais de soja caindo 21,51%. Persistem dúvidas quanto ao ritmo de compras chinesas, já que Pequim condiciona a ampliação do comércio bilateral à retirada de tarifas norte-americanas consideradas “irracionais”.

Para a Argentina, a retomada das tarifas é vista como fator baixista por reduzir a competitividade do complexo oleaginoso. Em contrapartida, para Chicago, o impacto foi altista, ao limitar a oferta global e abrir espaço para ajustes técnicos.

Fonte: Portal do Agronegócio

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