Soja

Soja enfrenta volatilidade no Brasil e em Chicago com foco em logística, safra americana e relações comerciais

Mercado interno registra liquidez baixa e preços distintos entre estados


Publicado em: 20/08/2025 às 11:10hs

Soja enfrenta volatilidade no Brasil e em Chicago com foco em logística, safra americana e relações comerciais
Foto: CNA

O mercado da soja no Brasil apresentou ontem (19) baixa liquidez e oscilações nos preços, segundo dados da TF Agroeconômica. No Rio Grande do Sul, a saca para entrega em agosto foi cotada a R$ 142,99 no porto. No interior, os valores variaram: R$ 134,00 em Cruz Alta, Passo Fundo e Ijuí; R$ 133,00 em Santa Rosa e São Luiz; e R$ 122,00 em Panambi.

Em Santa Catarina, a comercialização segue em ritmo lento, mas com avanços pontuais nos preços. Em Palma Sola, a saca subiu 0,82%, e no porto de São Francisco do Sul a cotação chegou a R$ 141,83.

No Paraná, a competitividade tem sido reforçada pelos avanços logísticos. Em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 143,49, enquanto em Cascavel e Maringá os preços recuaram para R$ 129,83 e R$ 130,90, respectivamente. Em Ponta Grossa, a soja registrou alta de 1,51%, chegando a R$ 132,69 FOB, e no balcão o preço ficou em R$ 118,00.

No Mato Grosso do Sul, os preços foram impactados pela suspensão preventiva da Moratória da Soja. As cotações ficaram em R$ 123,81 em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, enquanto em Chapadão do Sul o valor foi de R$ 121,55.

Já no Mato Grosso, além da movimentação de preços, a fiscalização ganhou destaque após operação que apurou desvio de mais de R$ 1 milhão em grãos. As cotações variaram de R$ 121,10 em Lucas do Rio Verde e Sorriso a R$ 123,65 em Rondonópolis, Primavera do Leste e Campo Verde.

Chicago: soja recua com safra americana em bom ritmo

Na Bolsa de Chicago (CBOT), a soja encerrou a terça-feira (19) em queda, pressionada pelo bom andamento da safra norte-americana e pela proximidade da colheita. O contrato de setembro caiu 0,76%, fechando a US$ 1.013,00/bushel, enquanto o de novembro recuou 0,82%, cotado a US$ 1.033,75.

O farelo, por outro lado, registrou alta de 2,53%, a US$ 287,50/ton curta, enquanto o óleo de soja teve forte baixa de 2,98%, para US$ 51,68/libra-peso.

Apesar das estimativas menores do USDA, os traders mantêm cautela diante da ausência da China nas compras nos EUA e aguardam definições sobre as negociações comerciais entre os dois países.

Pro Farmer Crop Tour indica bom potencial produtivo

O Pro Farmer Crop Tour, que percorre as principais regiões produtoras dos EUA, trouxe novos sinais baixistas ao mercado. Em Dakota do Sul, a contagem de vagens chegou a 1.188,45 em talhões de 90x90 cm, superando a média das últimas três edições (970,10) e o resultado de 2024 (1.025,89). Em Ohio, a média foi de 1.287,28, também acima do registrado no ano anterior.

Na manhã desta quarta-feira (20), os contratos da soja em Chicago recuavam entre 0,25 e 0,50 ponto, com setembro cotado a US$ 10,12 e novembro a US$ 10,33/bushel. Enquanto isso, o farelo seguia em leve alta e o óleo em queda.

Produtores americanos pressionam por acordo com a China

Com a nova safra prestes a ser colhida, produtores e exportadores dos Estados Unidos enfrentam dificuldades para escoar a produção. As vendas externas acumulam queda de 19% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, reflexo direto da ausência chinesa.

A Associação Americana de Soja enviou carta ao presidente Donald Trump pedindo prioridade nas negociações com Pequim e a retirada das tarifas de 20% sobre o grão. O setor alerta para o risco de um “abismo comercial e financeiro”, já que a China tem ampliado contratos de importação com o Brasil, deixando os EUA em desvantagem.

Fonte: Portal do Agronegócio

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