Publicado em: 30/07/2025 às 11:00hs
O mercado da soja no Brasil atravessa um momento de lentidão nas negociações, agravado por gargalos logísticos, aumento da oferta e instabilidade no mercado internacional. A seguir, confira os principais destaques regionais e os fatores que influenciam os preços da oleaginosa.
Rio Grande do Sul
O ritmo das negociações segue travado no estado, com perdas acentuadas que expõem desafios estruturais. No porto, a saca foi negociada a R$ 138,00 (-0,72%) com pagamento previsto para 8 de agosto. No interior, os preços variaram conforme a praça: R$ 133,00 em Cruz Alta (pagamento em 29/08), R$ 132,00 em Passo Fundo (fim de agosto), R$ 131,00 em Ijuí e R$ 132,00 (-0,75%) em Santa Rosa/São Luiz. Em Panambi, o valor permaneceu em R$ 122,00 por saca.
Santa Catarina
O estado enfrenta lentidão nas vendas, causada pela combinação do aumento da produção local e a chegada da safra de inverno. Essa sobreposição gerou gargalos de armazenamento e transporte. No porto de São Francisco, a soja foi cotada a R$ 137,19, com queda de 1,16%.
Paraná
A logística impacta diretamente os preços regionais. Em Paranaguá, a cotação chegou a R$ 139,99 (-0,11%). Em Cascavel, a saca subiu para R$ 125,51 (+1,21%), em Maringá foi cotada a R$ 123,69 (+0,18%), Ponta Grossa a R$ 127,15 (+3,80%) e Pato Branco a R$ 138,68 (+1,13%). No balcão, os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 118,00.
Mato Grosso do Sul
O estado enfrenta dificuldades logísticas e déficit de armazenagem, o que prejudica a comercialização em momentos de preços melhores. Em Dourados e Maracaju, o spot ficou em R$ 119,49 (-0,71%); em Campo Grande e Sidrolândia, a cotação foi de R$ 119,15 (quedas de 1,44% e 1,04%, respectivamente); em Chapadão do Sul, R$ 118,57 (-0,16%).
Mato Grosso
A situação também é desafiadora, com gargalos logísticos e variações de preços: Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis registraram R$ 119,48 (+1,77%); Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso ficaram em R$ 116,64, com variações positivas entre 0,60% e 2,50%.
O cenário externo também contribui para a retração do mercado interno. A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) voltou a cair, com o contrato novembro/25 em baixa de 0,32%, cotado a 10,06 1/4 centavos de dólar por bushel. A pressão vem do clima favorável nos EUA e da fraca demanda internacional.
Segundo a consultoria Safras & Mercado, a volatilidade dos preços e a queda no dólar reduziram a atratividade dos negócios no Brasil, tanto nos portos quanto nas regiões industriais. Mesmo com prêmios de exportação firmes, os valores caíram. No interior, produtores seguem resistentes e priorizam a venda do milho safrinha.
Confira algumas das principais cotações:
Na CBOT, os contratos da soja encerraram o dia com oscilações mistas:
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) elevou a classificação das lavouras em boas ou excelentes condições, contrariando as expectativas de baixa produtividade e pressionando os preços.
A demanda global segue enfraquecida, com a União Europeia reduzindo compras do Brasil e a China lidando com excesso de farelo e óleo, o que resultou em venda com descontos para países como a Índia — que adquiriu um volume recorde de 150 mil toneladas.
Além disso, incertezas comerciais entre EUA e China, além de tensões entre Estados Unidos e União Europeia, aumentam o clima de instabilidade. Autoridades francesas, por exemplo, criticaram um recente acordo agrícola como uma submissão europeia aos interesses norte-americanos.
A conjunção de fatores internos — como logística, armazenagem e excesso de oferta — com a pressão do mercado internacional, deixa a comercialização da soja no Brasil travada, exigindo cautela dos produtores nos próximos movimentos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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