Publicado em: 20/02/2019 às 10:40hs
Nesta quarta-feira (20), as cotações da soja trabalham com leve baixa na Bolsa de Chicago. Por volta de 9h (horário de Brasília), as perdas variavam entre 1,50 e 1,75 ponto, com o março valendo US$ 8,99 e o maio, US$ 9,12.
O mercado segue no aguardo de novas informações sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos, atento ao novo encontro que acontece nesta semana em Washington com as delegações de ambos os países. Novidades concretas, porém, ainda não foram divulgadas.
Entretanto, o ministro da Agricultura da China se posicionou afirmando que mantém sua posição de comprar mais soja americana, como já havia sido dito há algumas semanas. "Para alguns é uma tentativa fraca de amenizar as tensões comerciais entre os dois países, mas para outros é um sinal de que um acordo na guerra comercial ainda é possível", explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
Agora, o mercado espera por novos encontros entre os dois presidentes que serão realizados, possivelmente, em março. No dia 1º de março, afinal, termina o período de trégua firmado, em dezembro último, entre Donald Trump e Xi Jinping.
Os traders se atentam ainda a todas as informações que chegam da conclusão da safra da América do Sul, com a colheita evoluindo bem no Brasil, apesar das perdas causadas pelas adversidades climáticas e de números que ainda divergem sobre qual será a produção real do país.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Soja: Disputa entre demandas interna e para exportação deve se acirrar e preços no BR podem se descolar de Chicago
Prêmios começam a se fortalecer no Brasil, com foco da demanda chinesa no mercado nacional, além das indústrias buscando mais soja e um provável racionamento da demanda mais adiante. Em Chicago, recuo desta terça-feira se deu, principalmente, com a expansão da peste suína para além China.
Nesta terça-feira (19), o mercado da soja teve queda de 10 pontos nos principais vencimentos da Bolsa de Chicago (CBOT). Os Estados Unidos voltam do feriado com baixas consideráveis. O maior destaque negativo foi a possibilidade de dispersão da peste suína no Vietnã e uma suspeita sobre o Canadá, terceiro maior exportador mundial de carne suína.
Como lembra Marcos Araújo, analista da Agrinvest, o controle para essa doença é o abate sanitário. Assim, pode haver uma menor demanda por farelo de soja e, consequentemente, pela soja em grão, o que faria com que os estoques norte-americanos, que já são os maiores da história, ficassem ainda mais altos.
O preço da carne suína vinha subindo na CME Group, mas a suspeita no Canadá fez o mercado operar na contramão. Assim, a cotação da soja também cai. Essa preocupação do mercado ainda deve ganhar mais corpo, a exemplo do que houve com a gripe aviária.
O Brasil, por sua vez, pode aproveitar essa chance para recuperar o mercado externo perdido após os desdobramentos da operação Carne Fraca. Algo que também poderia ajudar a demanda interna para as processadoras de soja.
Nos últimos dias, já se fala que o cenário de oferta e demanda para o Brasil está apertado. A estimativa da Agrinvest é de uma safra de soja em 113 milhões de toneladas. Somada a um estoque inicial de 1,5 milhões de toneladas e 500 mil de exportação, são 115 milhões de toneladas disponíveis. O consumo interno do Brasil é de 45 milhões de toneladas, de forma que restaria apenas um excedente de 70 milhões de toneladas.
No ano passado, o Brasil exportou 84 milhões de toneladas. Assim, os preços devem se comportar descolados de Chicago, já que irá ocorrer uma disputa acirrada pela soja brasileira.
Fonte: Notícias Agrícolas
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