Conforme Boletim Semanal da Soja, divulgado nesta segunda-feira (13) pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) as vendas de avançaram e fecharam o mês março com mais de 2,53 milhões de toneladas comercializadas, um volume mensal bastante significativo.

“Como esperado, os bons preços, em Mato Grosso, deram energia para o avanço nas negociações da soja 2014/15 no mês passado, no mercado interno”, apontam os analistas do Imea.

Atualmente, o progresso da comercialização da oleaginosa está em 68,5%, totalizando 19,26 milhões de toneladas, das mais de 28,14 milhões de toneladas estimadas. Somente em março, as vendas avançaram 9,1 pontos percentuais (p.p.), ou 2,53 milhões de toneladas ante fevereiro. “A protagonista dos bons números, para variar, foi a taxa de câmbio, que se manteve bastante elevada, com média superior aos R$ 3, algo que não se via desde agosto de 2004”. Com a possibilidade de ampliar ganhos ou até mesmo de rever parte de uma receita pouco favorável, os sojicultores aproveitaram o momento para vender partes da produção.

Mesmo com a boa movimentação do mês passado, o Imea destaca que o percentual vendido da safra 2014/15, até março, no Estado, segue inferior ao registrado em igual momento da safra passada. Março de 2014 encerrou com mais de 75% da projeção comercializada no Estado. “Devemos levar em consideração, ao analisar esses números, que as negociações da safra 2014/15 iniciaram-se com dois meses de atraso em relação às da safra passada e que esse ciclo deverá ser 7% maior que o anterior”.

Não há dúvidas de que nesse primeiro trimestre, março foi o melhor momento do dólar e com certeza para o produtor que precisa obter uma margem melhor e que ainda tinha lotes de soja a comercializar. Abril já começou diferente, exigindo cautela. No início deste mês de abril o dólar apresentou desvalorização ante o real e o freio nas negociações foi imediato, como chamam à atenção os técnicos do Imea. “Esse movimento tem levado os produtores a esperarem por melhores oportunidades para negociarem a produção”.

Como efeito cascata, o preço interno da soja sofreu acentuado recuo de 3,25% na última semana, fechando com cotação média de R$ 54,03/sc. “Isso se deve às perdas na Bolsa de Chicago {CBOT} e à baixa na taxa de câmbio”. O dólar fechou cotado a R$ 3,11, com desvalorização de 2,51% na última semana. A baixa deve-se à mudança de perspectiva do mercado em relação à economia brasileira.

DENTRO DO PRAZO: A colheita da soja, em Mato Grosso, atingiu 98,6% da área plantada na semana, ou, 8,82 milhões de hectares, dos mais de 8,94 milhões que foram cultivados.

Esta safra apresentou-se atrás da safra 2013/14 em quase todo o processo da colheita, por causa do atraso da semeadura e os problemas logísticos que o Estado enfrentou no mês de fevereiro. Tais fatores mantiveram a colheita deste ano bastante atrasada em meados de fevereiro, tanto em relação à safra passada quanto à evolução média da colheita das últimas três safras. Apesar disso, o mês de março foi de intenso trabalho no campo, o que resultou em uma recuperação na evolução da colheita.

Como faltam apenas 123,1 mil hectares a serem colhidos, é possível que até o próximo final de semana os trabalhos no campo sejam encerrados, o que poderá significar 15 semanas de colheita, assim como ocorrido na safra 13/14, conforme antecipado na semana passada pelo Diário.