Soja

Soja dá início à semana com recuperação e opera em alta na CBOT nesta 2ª feira

Por volta de 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 4,75 e 5,25 pontos nos principais contratos, com o maio sendo cotado a US$ 8,89 e o agosto, US$ 9,09 por bushel


Publicado em: 01/04/2019 às 10:27hs

Soja dá início à semana com recuperação e opera em alta na CBOT nesta 2ª feira

Os preços da soja sobem na Bolsa de Chicago nesta manhã de quinta-feira (1). O mercado começa um novo mês se recuperando das perdas da última sessão, buscando um bom posicionamento e ainda atento às incertezas que rondam os negócios.

Por volta de 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 4,75 e 5,25 pontos nos principais contratos, com o maio sendo cotado a US$ 8,89 e o agosto, US$ 9,09 por bushel. A recuperação do milho - que perdeu mais de 17 pontos na última sexta - também contribui para a oleaginosa.

Além disso, o mercado segue terminando de digerir os dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sobre área de plantio 2019/20 - que deverá ser cerca de 5% menor do que a do ano passado - e os estoques trimestrais americanos recordes em 74 milhões de toneladas.

No parelelo, atenção às questões ligadas à guerra comercial - com uma delegação da China a caminho de Washington nesta semana - ao andamento do dólar e também à chegada dos dados dos embarques semanais que o USDA traz nesta segunda-feira.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Soja: Após dia repleto de dados, Bolsa de Chicago fecha 6ª feiras com leves baixas

A sexta-feira (29) foi intensa de informações para o mercado internacional da soja na Bolsa de Chicago, os preços chegaram a aprsentar alguma volatilidade, mas terminaram o pregão em campo negativo. As baixas nos principais contratos foram de pouco mais de 5 pontos.

Com esse recuo, o vencimento maio terminou o dia e a semana com US$ 8,90 por bushel, enquanto o agostou ficou em US$ 9,03.

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe dois novos boletins nesta sexta, que vinham sendo a semana toda esperado pelos traders. As novidades vieram em linha com as expectativas do mercado, porém, foram suficientes para que os preços se movimentassem de forma ligeiramente mais agressiva.

De um lado, o USDA informou estoques trimestrais recordes de soja nesta sexta-feira - 74,03 milhões de toneladas - e o número ficou dentro do esperado, já que a média esperada pelos traders era de 74 milhões. O total é 29% maior do que em 1º de março de 2018.

Por outro, no entanto, o departamento veio ainda com seu reporte de projeções de área de plantio da safra 2019/20 - o primeiro desta temporada - e estimou um recuo de 5% na área de soja. De acordo com o departamento, serão 34,24 milhões de hectares. A redução ou estabilidade da área destinada à oleaginosa, de acordo com o boletim, poderá ocorrer em 26 de 29 estados levantados.

Os números chegam e são importantes para que o mercado entenda qual é o desenho inicial da nova safra norte-americana, como explica o diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso, porém, as situações ainda podem mudar, principalmente por conta do clima nas regiões produtoras dos EUA.

"Hoje, a perspectiva não é boa, mas ainda é muito cedo por conta do ritmo de plantio e do que há de janela - que para a soja vai até meio de junho - mas, se pararmos pra pensar que abril vai ser úmido e entrarmos com maio chovendo ainda, com áreas longe de estarem prontas para serem semeadas, aí com certeza teremos prêmios climáticos sendo adicionados", diz.

Além disso, o impacto total e real das enchentes que castigam o Meio-Oeste americano ainda não pode ser conhecido, uma vez que há ainda uma grande extensão de importantes regiões coberta pela água e tudo isso ainda será posteriormente avaliado.

Fato é que as emoções da nova safra de grãos dos Estados Unidos estão apenas começando. "O clima agora vai ditar", acredita Veloso.

E apesar de todas essas informações, a questão da guerra comercial entre China e Estados Unidos não perde seu espaço no radar dos traders. A tarifação chinesa sobre a soja americana continua, mesmo com "as conversas produtivas", como relatam líderes americanos que estiveram em Pequim nesta semana, acontecendo. Nada, porém, ainda mudou efetivamente.

Preços no Brasil

No Brasil, as perdas foram generalizada nesta sexta-feira, e bastante intensas no interior do país. Algumas praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas chegaram a recuar até 4,26%, como foi o caso de Primavera do Leste, em Mato Grosso, onde o último preço foi de R$ 65,10 por saca.

Nos portos, a reação foi mais tímida. A soja disponível manteve os R$ 78,00 no disponível, enquanto subiu 0,39% para R$ 77,30 em Rio Grande. Para abril, estabilidade no terminal paranaense em R$ 78,50 e no gaúcho, com R$ 77,80 por saca.

O mercado internacional devolveu parte das últimas altas trazidas pela recente disparada do dólar e, nesta sexta, foi pressionado ainda pela combinação de um recuo das cotações na Bolsa de Chicago e pela estabilidade da moeda americana.

A divisa fechou com uma pequena baixa de 0,05% e valendo R$ 3,9154. Na semana, o saldo foi positivo e o dólar apresenta alta de 0,34. No mês, o ganho é ainda mais expressivo, de 4,32% e, segundo a Reuters, esse é o maior ganho mensal desde agosto último.

Com esse movimento e esse recuo do câmbio, principalmente, os negócios também se mostraram bem mais escassos nesta sexta-feira. Afinal, o dólar tem sido - em seus momentos de alta - o único diferencial atrativo para que os produtores participem de vendas neste momento, uma vez que nem via Chicago ou prêmios as cotações evoluem.

Fonte: Notícias Agrícolas

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