Publicado em: 31/01/2019 às 11:50hs
Os preços da soja sobem levemente nesta manhã de quinta-feira (31) na Bolsa de Chicago e dão continuidade aos ganhos observados na sessão anterior. Por volta de 8h50 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 2 e 2,50 pontos nos principais contratos.
Assim, o vencimento março/19 valia US$ 9,23 por bushel, enquanto o maio/19, que é importante referência para os preços no Brasil, era cotado a US$ 9,37.
O mercado segue na expectativa pelas informações que devem chegar da reunião enrtre China e Estados Unidos que foi iniciada nesta quarta-feira (30) e ainda se estende por esta quinta. E as especulações sobre o encontro dão um "suporte psicológico" aos preços, como explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia.
"É muito provável que o mercado esqueca momentaneamente a situação de safra na América do Sul e deve focar no fator guerra comercial. Mas, dependendo das informações divulgadas no decorrer, a quebra de safra no Brasil, Paraguai e talvez Argentina possa servir de combustível para sentimentos positivos/otimistas/altistas em relaçao à direção dos preços", explica o executivo.
Ademais, os traders se atentam também às informações que começam a ser divulgadas, novamente, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta quinta-feira sobre as vendas semanais para exportação. O último reporte saiu no final de 2018.
"or último, o USDA confirmou que os relatorios de estoques trimestrais americanos e oferta e demanda mundial devem ser divulgados em 08 de fevereio, fator este que vai criar expectativa e especulação em dobro nos primeiros dias de fevereiro", completa Cachia.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Soja: "Momento não é de venda no Brasil", diz analista orientando sobre impasse China x EUA
Apesar da estabilidade entre os preços da soja e o dólar frente ao real nesta quarta-feira (30), os preços da soja conseguiram espaço para variações mais expressivas no mercado brasileiro. Variações foram registradas tanto no interior, quanto em alguns portos do Brasil.
No terminal de Paranaguá, o spot subiu 0,39% para fechar o dia com R$ 76,50 por saca, enquanto a referência março se manteve estável nos R$ 76,70. Em Rio Grande, alta de 0,40% no disponível e de 0,26% para fevereiro, com as últimas referências em R$ 75,80 e R$ 76,20 por saca, respectivamente.
No interior, algumas baixas foram registradas, porém, onde os preços subiram marcaram altas de até 3,39%, como foi o caso da soja disponível em Sorriso, em Mato Grosso, para R$ 61,00 por saca.
Os negócios no mercado nacional permanecem pontuais e ainda de baixo volume, porém, se mostram melhores do que nas últimas semanas. As necessidades dos produtores as chamam para o mercado e as novas vendas, mesmo de baixo volume, acabam acontecendo.
Segundo explica o diretor da Labhoro Correora, Ginaldo Sousa, já há cerca de 37% a 38% da nova safra de soja do Brasil comercializada, com os produtores chegando a esse total após venderem antecipadamente, com preços melhores do que os atuais.
Agora, porém, a situação é outra. Os preços não são os mais adequados nesse momento, mas a expectativa é de que voltem a subir.
"Se eu fosse produtor aqui no Brasil, não venderia soja hoje. Porque se a China faz um acordo com os EUA, Chicago sobe, se não faz, os prêmios sobem no Brasil", explica Sousa.
Bolsa de Chicago
E é justamente esse impasse ainda travado entre chineses e americanos é o que mantém o mercado na Bolsa de Chicago caminhando de lado e, ao menos por enquanto, sem perspectiva.
Nesta quarta-feira, mais uma vez, as cotações encerraram a sessão bem próximas da estabilidade, com pequenos ganhos de pouco mais de 2 pontos. O março/19 fechou com US$ 9,21 por bushel, enquanto o maio/19 ficou em US$ 9,35.
Há meses as cotações da oleaginosa vêm trabalhando em um restrito intervalo de valores, testando altas e baixas, sem combustível ou novas informações que pudessem as tirar dessa banda.
Ainda assim, somente neste mês, até o último dia 29, os dois primeiros contratos já acumulam ganhos de mais de 1%. O vencimento março foi de US$ 9,07 a US$ 9,19, subindo 1,32%, e o maio passou de US$ 9,19 a US$ 9,32, com ganho de 1,41%. Ao se comparar com o dia 28 de dezembro, as altas são um pouco mais expressivas. O março tem alta de 2,68% e o maio de 2,64%.
Neste 30 de janeiro, em Washington, recomeçam as conversas entre China e Estados Unidos em torno de suas relações comerciais e as expectativas do mercado em torno de um acordo reacendem. O período de trégua firmado entre os dois países na última reunião do G20, em dezembro último, termina em 1º de março e ainda não se conhece mais detalhes sobre o avanço das negociações entre as duas maiores economias do mundo.
"Todos já entenderam muito bem que quando se trata de política tudo é muito imprevisível, mas quando se trata de política com o fator Trump no meio é algo que fica ainda mais difícil prever alguma coisa concreta", explica o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira.
Fonte: Notícias Agrícolas
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