Publicado em: 05/10/2018 às 10:10hs
Segue a estabilidade entre os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago na manhã desta sexta-feira (5). Com alto grau especulativo e sem muitas novidades, os traders seguem operando com cautela neste final de semana, já se ajustando para a próxima.
Os preços subiam, por volta de 7h50 (horário de Brasília), de 0,50 a 0,75 ponto nos principais contratos, com o novembro valendo US$ 8,60 e o maio/19, US$ 9,00 por bushel.
As atenções dos traders seguem voltadas par as chuvas fortes no Corn Belt, as disputas comerciais e o desenvolvimento do plantio da soja no Brasil. Além disso, as informações de demanda também têm chamado a atenção, como as vendas semanais americanas que passaram de 1,5 milhão de toneladas.
"Produtores nos EUA continuam os trabalhos de colheita, com reduzida intenção de adicionar vendas físicas frente aos baixos preços exercidos. As projeções climáticas norte-americanas continuam preocupantes, uma vez que chuvas significantes se confirmam para o Norte estadunidense e possibilidades de geadas são elevadas", explicam analistas da agência internacional AgResource Mercosul (ARC).
No entanto, os especialistas afirmam que, apesar das preocupações, os problemas ainda não causam prejuízos severos para a safra americana.
"A ARC alerta que ainda não há nenhum prejuízo proveniente de adversidades climáticas sendo contabilizado nas atuais estimativas de produção para a soja-EUA", completa a consultoria.
Os mapas climáticos para os próximos dias, no entanto, seguem mostrando chuvas ainda fortes para o Meio-Oeste americano. "do nas atuais estimativas de produção para a soja-EUA. No entanto, se os mapas climáticos se confirmarem para outubro, poderemos observar quebras de 1-2 MT com campos encharcados e soja em processo de ardência", diz a ARC.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Soja tem dia técnico em Chicago, sem novidades, mas preços sobem nos portos do BR nesta 5ª
O dia foi de estabilidade para os preços da soja na Bolsa de Chicago e de cautela para os traders nesta quinta-feira (4) e, assim, os preços terminaram o dia com tímidas baixas de pouco mais de 2 pontos entre as principais posições. O vencimento novembro/18, que é o mais negociado agora, ficou em US$ 8,59 por bushel. O maio/19, referência para a nova safra do Brasil, ficou em US$ 8,99.
O mercado carece de novas informações para se posicionar de forma mais agressiva neste momento, mesmo diante das preocupações com as chuvas em excesso que chegam ao Meio-Oeste dos Estados Unidos e já comprometem o ritmo dos trabalhos de colheita.
"O ritmo de colheita nos EUA segue bom, mas os mapas climáticos mostram chuvas, até a primeira quinzena de outubro, excessivas para o Centro-Norte do Cinturão. Assim, por mais que haja a limitação das altas em Chicago por uma falta de acordo entre China e EUA, há um potencial da ameaça da oferta total dos EUA em função das chuvas excessivas", explica o analista de mercado da AgResource Mercosul (ARC), Matheus Pereira.
Caso esses problemas se confirmem e se efetivem, em função das adversidades climáticas, novas altas podem ser registradas na CBOT.
Ainda segundo o executivo, desde que foi iniciada a disputa comercial entre China e Estados Unidos foi iniciada e a demanda da nação asiática esteve cada vez mais direcionada á América do Sul, outro grande direcionador dos preços em Chicago tem sido o andamento do consumo interno de soja nos EUA. Com boas margens, o esmagamento cresceu muito no país e tem ajudado a dar algum suporte às cotações.
"A demanda doméstica nos Estados Unidos continua aquecida e a CBOT hoje precifica muito mais um mercado interno do que externo em nível global. Se essas chuvas realmente se confirme e se observe qualquer prejuízo da produção total dos EUA teremos novas altas sendo precificadas na CBOT", diz.
Ainda nesta quinta-feira, embora não tenha dado força para altas, os números das vendas semanais norte-americanas para exportação vieram fortes e motivaram um suporte das cotações em Chicago.
Na semana encerrada em 27 de setembro, os EUA venderam 1.521,2 milhão de toneladas da oleaginosa, enquanto os traders esperavam algo entre 900 mil e 1,5 milhão de toneladas. O maior comprador na semana foi o México. No acumulado da temporada, as vendas americanas de soja já somam 20.188,5 milhões de toneladas, abaixo do mesmo período do ano passado, quando o total passava de 23 milhões.
As últimas previsões do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano, mostra que de hoje a 11 de outubro, o Corn Belt poderia receber volumes de até 101,6 mm de chuvas.
Mercado Nacional
No Brasil, os preços voltaram a subir nos portos nesta quinta-feira. A leve alta do dólar frente ao real deu espaço à recuperação, ao lado das movimentações limitadas em Chicago, e os ganhos passaram de 1%.
No terminal de Paranaguá, a soja da safra nova fechou com alta de 1,19% e valendo R$ 85,00 por saca. Já o produto disponível permaneceu estável nos R$ 95,00. Em Rio Grande, R$ 94,50 no disponível e R$ 96,50 para novembro, com altas de 0,53% e 1,05%, respectivamente.
No interior, por outro lado, os preços cederam em algumas praças de comercialização,como Tangará da Serra, em Mato Grosso, onde a última referência ficou em R$ 74,00, com uma baixa de 2,63%, ou em Campo Novo do Parecis, a R$ 73,00 a saca e queda de 2,67%.
Os negócios nesta semana têm sido mais escassos, uma vez que trata-se de uma semana volátil para o câmbio em função do primeiro turno das eleições presidenciais que acontece neste domingo (7). Nesta quinta, depois de trabalhar o dia todo em campo negativo, perdendo mais de 1%, a divisa corrigiu e fechou em alta.
"O mercado continua bem-humorado com o resultado das pesquisas...surgiu espaço para correção técnica", comentou o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva à Reuters, ao citar que o exterior ajudou no movimento, bem como o Ibope sem novidades.
Assim, o dólar fechou a sessão com 0,22% de alta e sendo cotado a R$ 3,8960 nesta quinta.
Além da espera por uma melhor definição do cenário político e financeiro, o produtor brasileiro está focado ainda nos trabalhos de campo da safra 2018/19. O plantio apresenta um ritmo recorde e, de acordo com números da AgResource Mercosul (ARC), já são 13,2% da área plantada em todo o Brasil, contra 6,2% do mesmo período do ano passado. Quem lidera a semeadura é o Paraná, que tem 42% do plantio concluído, seguido pelo Mato Grosso, com 13,5%.
Fonte: Notícias Agrícolas
◄ Leia outras notícias