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Soja Brasileira em Alta: Aproveite os Prêmios Antes da Possível Queda, Alertam Analistas

Demanda chinesa impulsiona preços no Brasil, mas tensões comerciais e clima nos EUA podem mudar o cenário


Publicado em: 28/07/2025 às 10:40hs

Soja Brasileira em Alta: Aproveite os Prêmios Antes da Possível Queda, Alertam Analistas
Soja com prêmios elevados no Brasil, mas alerta para volatilidade

A soja da safra brasileira colhida até maio está sendo negociada com prêmios significativamente acima da média histórica, graças à forte demanda da China. Conforme análise da TF Agroeconômica, o afastamento da China do mercado norte-americano, devido à disputa tarifária entre os governos, é o principal fator que impulsiona os preços no Brasil.

Nos portos brasileiros, os preços para entrega em agosto giram em torno de R$ 142,00 por saca, e para setembro chegam a R$ 145,00. Para o mercado futuro, com entrega prevista para maio de 2026, os valores são menores, na casa dos R$ 136,00 por saca.

Apesar desse cenário favorável, a TF alerta que os prêmios altos são temporários e podem recuar caso as negociações comerciais entre EUA e China avancem positivamente nos bastidores. Por isso, a recomendação aos produtores é aproveitar os preços de agosto e setembro antes de eventuais quedas.

Fatores que influenciam o mercado brasileiro de soja

Entre os elementos que sustentam os preços no Brasil estão a demanda firme da China, que segue concentrada nas exportações brasileiras, e a alta nos preços internos, como indicam dados do CEPEA (+1,55% em Paranaguá e +1,60% no interior do país).

Por outro lado, fatores de pressão negativa incluem a ausência continuada da China no mercado americano, a natureza fluida das compras chinesas no Brasil, a previsão de chuvas adequadas no Centro-Oeste e um desempenho fraco das exportações americanas.

Dados do USDA confirmam essa tendência, mostrando vendas semanais de soja abaixo do esperado nos Estados Unidos, o que reforça a possibilidade de queda nos preços internacionais.

Mercado internacional registra queda em Chicago e expectativa por negociações comerciais

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços da soja abriram em baixa nesta segunda-feira (28). Por volta das 9h30 (horário de Brasília), os contratos futuros para agosto e setembro recuavam entre 5,75 e 6,25 pontos, cotados a US$ 9,96 e US$ 10,16 por bushel, respectivamente. Além da soja, milho e trigo também operavam em baixa.

O mercado global está atento às negociações comerciais previstas para os próximos dias, com encontros entre delegações de alto escalão da China e dos EUA em Estocolmo, além de discussões envolvendo representantes brasileiros e europeus.

Na Escócia, um novo acordo tarifário entre EUA e União Europeia foi anunciado, estabelecendo uma tarifa fixa de 15% sobre importações europeias, reduzindo tensões que poderiam impactar o comércio.

Enquanto isso, o clima favorável na região do Meio-Oeste americano mantém a expectativa de uma safra 2025/26 robusta nos EUA, sem ameaças climáticas significativas à produção. A China segue sem comprar soja dos Estados Unidos, concentrando sua demanda no Brasil, o que mantém os prêmios elevados por aqui.

Soja e derivados fecham a semana passada em queda na Bolsa de Chicago

Na última sexta-feira (25), a soja encerrou a semana com queda expressiva na CBOT, influenciada pelas boas condições climáticas nos EUA e sinais de enfraquecimento da demanda global.

O contrato para agosto caiu 0,55%, negociado a US$ 9,9875 por bushel, enquanto o de setembro recuou 0,37%, a US$ 10,02 por bushel.

Entre os derivados, o farelo de soja teve desvalorização de 0,70%, fechando a US$ 267,80 por tonelada curta, e o óleo de soja caiu 0,32%, cotado a US$ 56,49 por libra-peso. No acumulado da semana, a soja caiu 2,82%, e o farelo, 2,30%, enquanto o óleo subiu 1,20%.

A pressão para baixo sobre os preços se explica pela expectativa de uma colheita americana abundante, favorecida pelo clima, e pela demanda global enfraquecida. A ausência da China no mercado americano durante o período pré-safra reforça a preocupação, já que o país asiático normalmente negocia volumes significativos nesse momento.

Ainda assim, o óleo de soja mantém demanda firme nos EUA, impulsionada pela indústria de biocombustíveis e alimentos, ao passo que o farelo enfrenta dificuldades de escoamento, gerando desequilíbrio na cadeia de derivados.

Perspectivas para a soja: atenção ao comportamento do mercado

Com a aproximação da colheita americana e a linha de suporte psicológica dos US$ 10 por bushel sendo testada, o mercado permanece atento às condições climáticas e aos desdobramentos das negociações comerciais entre EUA e China.

Para o produtor brasileiro, a recomendação é aproveitar os preços favoráveis atuais antes que fatores externos, como o avanço nas negociações ou mudanças climáticas, provoquem recuos significativos nos valores.

Fonte: Portal do Agronegócio

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