Publicado em: 06/10/2025 às 11:00hs
O Brasil registrou um novo recorde nas exportações de soja em setembro de 2025, impulsionado pela forte demanda internacional. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Cepea, o país embarcou 6,5 milhões de toneladas do grão no mês — o maior volume já registrado para setembro e 6,6% acima do mesmo período de 2024.
Apesar do desempenho expressivo, o volume caiu 30,3% em relação a agosto, um movimento considerado típico para o segundo semestre, quando os estoques nacionais começam a diminuir. A concorrência com a Argentina, que ampliou sua oferta no período, também limitou parte dos embarques brasileiros.
Entre janeiro e setembro, o Brasil já exportou 93 milhões de toneladas de soja, o que representa um novo recorde para o acumulado do ano, reforçando o protagonismo do país no comércio global do grão.
Enquanto isso, o clima segue no centro das atenções dos produtores. No Paraná, o avanço da semeadura da safra 2025/26 contrasta com o ritmo mais lento observado no Centro-Oeste e no Sudeste, onde a falta de chuvas tem preocupado o setor.
O mercado internacional da soja vive um momento de forte expectativa política e econômica. De acordo com análise da TF Agroeconômica, a próxima reunião entre Donald Trump e Xi Jinping pode ser decisiva para os preços globais do grão.
Caso a China volte a comprar soja americana, os contratos na Bolsa de Chicago (CBOT) tendem a subir, pressionando os preços no Brasil para baixo e incentivando vendas imediatas. Por outro lado, se Pequim mantiver o foco nas compras da América do Sul, os preços brasileiros podem permanecer firmes, ainda que com margens de lucro menores diante do aumento da oferta regional.
Entre os fatores que podem sustentar o mercado estão o auxílio bilionário prometido pelo governo Trump — estimado entre US$ 10 e US$ 15 bilhões — e a demanda interna brasileira por óleo de soja, que segue aquecida mesmo com a queda do petróleo e o feriado da Semana Dourada na China.
No campo baixista, pesam a ausência de relatórios do USDA (devido à paralisação do governo americano) e o avanço acelerado da colheita nos EUA, favorecido pelo clima seco, embora haja risco de queda de produtividade próxima de 1%.
A nova semana começou com movimentos técnicos e leves altas para a soja na Bolsa de Chicago. Por volta das 7h30 (horário de Brasília) desta segunda-feira (6), os contratos subiam entre 2 e 2,5 pontos, com o vencimento de novembro cotado a US$ 10,20 por bushel e o de maio a US$ 10,68.
Segundo analistas, o mercado segue “preso entre patamares conhecidos”, à espera de novidades que tragam direção mais clara às cotações. O foco permanece dividido entre o plantio no Brasil, a colheita nos EUA e possíveis anúncios do subsídio americano aos produtores, previstos para esta terça-feira (7).
No Brasil, as cotações da soja seguem firmes, especialmente no Paraná e no Rio Grande do Sul, sustentadas pelo câmbio e pela demanda externa. De acordo com levantamento da TF Agroeconômica:
A estabilidade nas cotações reflete a estratégia dos produtores em reter parte da safra, diante das incertezas climáticas e políticas que dominam o cenário global.
Após dias de forte volatilidade, a soja encerrou a sexta-feira (3) em queda na CBOT. O contrato de novembro recuou 0,56%, a US$ 10,18/bushel, enquanto o de janeiro caiu 0,46%, para US$ 10,37. O farelo de soja também fechou em leve baixa de 0,22%, e o óleo caiu 0,78%, a US$ 49,43/libra-peso.
Mesmo assim, a semana acumulou ganhos modestos: soja (+0,42%), farelo (+0,7%) e leve queda no óleo (-0,34%). Parte do suporte observado veio da expectativa de pacote de ajuda do governo americano a produtores afetados pela guerra comercial e pela ausência das compras chinesas.
Com a China ainda afastada do mercado dos EUA, os exportadores americanos tentam abrir novos destinos, como Nigéria, Vietnã e Bangladesh. No entanto, conforme destaca a Reuters, esses mercados ainda não têm peso suficiente para compensar a perda do principal comprador mundial.
Fonte: Portal do Agronegócio
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