Publicado em: 06/11/2025 às 11:10hs
O mercado físico da soja no Brasil segue com posturas distintas entre os principais estados produtores, refletindo condições regionais e estratégias de comercialização.
No Rio Grande do Sul, os produtores continuam cautelosos, aguardando melhores janelas de preço e maior estabilidade climática antes de avançar nas negociações. De acordo com a TF Agroeconômica, para entregas em outubro e pagamento em novembro, os preços no porto giram em torno de R$ 140,00 por saca, enquanto no interior — em cidades como Cruz Alta, Passo Fundo, Santa Rosa e São Luiz — as referências estão próximas de R$ 130,00 por saca. Em Panambi, o mercado apresentou queda mais acentuada, com o preço de pedra recuando para R$ 120,00 por saca, o que indica resistência local dos compradores.
Em Santa Catarina, o cenário é de incerteza, com o mercado acompanhando a estabilidade observada no Paraná e no Mato Grosso do Sul. As referências de balcão giram em torno de R$ 121,00 por saca, enquanto no porto de São Francisco do Sul a cotação é de R$ 140,20 por saca (+0,23%).
No Paraná, o mercado mostra leve variação entre as praças. Em Guaraniaçu, o preço se manteve estável em R$ 121,00 por saca, enquanto em Paranaguá subiu para R$ 142,44 por saca (+0,45%). Em outras regiões, as cotações foram de R$ 127,78 em Cascavel (+0,38%), R$ 129,96 em Maringá (+0,03%), R$ 131,85 em Ponta Grossa (-0,15%) e R$ 140,38 em Pato Branco (+0,13%). No balcão de Ponta Grossa, o preço ficou em R$ 120,00 por saca.
No Mato Grosso do Sul, o mercado físico segue estável, apoiado por boas condições de chuva, o que tem garantido o ritmo de plantio e reduzido o risco de replantio. Em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, a saca foi cotada a R$ 125,19 (+0,31%), enquanto em Chapadão do Sul houve leve recuo, para R$ 120,10 (-0,51%).
Já o Mato Grosso, principal polo logístico e armazenador do país, registrou leve retração. Em Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis, a saca ficou em R$ 120,99 (-0,61%), enquanto em Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso o valor foi de R$ 119,94 (-0,84%).
No cenário internacional, o mercado da soja passou por uma sessão de realização de lucros na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta quinta-feira (6). Os contratos futuros devolveram parte dos ganhos do pregão anterior, quando haviam registrado altas expressivas.
Os principais vencimentos recuaram entre 7,5 e 11 pontos, com o contrato de janeiro cotado a US$ 11,23 e o de maio a US$ 11,42 por bushel. O farelo de soja, que havia encerrado o dia anterior com mais de 1% de valorização, caiu mais de 2%, acompanhando o movimento de ajuste.
De acordo com analistas, o mercado realiza lucros, mas segue atento a fatores fundamentais, como a possível greve de trabalhadores nas esmagadoras de soja na Argentina, que pode afetar a oferta global de farelo, e o ritmo das exportações dos Estados Unidos e do Brasil.
A demanda chinesa continua sendo um dos principais pilares de sustentação do mercado. A China realizou novas compras de soja brasileira nos últimos dias, totalizando cerca de 20 carregamentos, com embarques previstos entre dezembro de 2025 e julho de 2026.
Mesmo com a tarifa extra de 13% sobre produtos americanos, o Brasil segue como principal fornecedor do grão para o país asiático, impulsionado pela competitividade e pela qualidade da safra nacional.
Além disso, a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos tem limitado a divulgação de dados oficiais sobre vendas externas, aumentando a incerteza e estimulando a movimentação especulativa em Chicago.
As condições climáticas no Brasil continuam sendo determinantes para o avanço do plantio da safra 2025/26. A estabilidade das chuvas tem favorecido o ritmo de trabalho no campo, principalmente no Centro-Oeste, e garantido melhor sincronização com o calendário logístico de exportações.
Consultorias do setor recomendam que produtores aproveitem o atual cenário de preços para fixar parte da produção, garantindo margens positivas diante das incertezas do mercado internacional e da volatilidade das bolsas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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