Soja

Soja ainda mantém cautela em Chicago e nesta 5ª espera números de exportações dos EUA

Por volta de 7h10 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 1,75 e 2,50 pontos nos principais contratos, com o novembro valendo US$ 8,86 por bushel


Publicado em: 19/09/2019 às 10:30hs

Soja ainda mantém cautela em Chicago e nesta 5ª espera números de exportações dos EUA

A quinta-feira (19) começa tranquila para o mercado da soja na Bolsa de Chicago. Os traders seguem à espera de novas informações, principalmente do lado da demanda, e atuam com cautela, buscando um bom posicionamento antes da chegada destas notícias.

Assim, os preços permanecem estáveis, porém, ainda do lado negativo da tabela. Por volta de 7h10 (horário de Brasília), as cotações cediam entre 1,75 e 2,50 pontos nos principais contratos, com o novembro valendo US$ 8,86 por bushel. Os vencimentos março e maio, que são indicativos importantes para a safra brasileira, ainda se mantinham acima dos US$ 9,00.

O mercado espera pelo novo boletim semanal de vendas para exportação dos EUA, que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na manhã de hoje, depois dos últimos movimentos da China e da evolução nas relações entre os dois países na guerra comercial.

As expectativas do mercado para a soja são de vendas, na última semana, de 700 mil a 1,1 milhão de toneladas pelos Estados Unidos. Para o farelo, de 50 mil a 450 mil toneladas e para o óleo, de 0 a 35 mil.

"O mercado continua não se impressionando com 3 dias consecutivos de compras de soja americana pela China (já vimos esse filme antes e a guerra comercial continua) e, portanto, preferam esperar as reuniões do início de outubro para ver se vale a pena se posicionar com mais otimismo", explica o consultor da Cerealpar e da AgroCulte, Steve Cachia.

E nesta quinta, negociadores chineses e americanos se encontram em Washington para preparar o ambiente para os times do alto escalão que se reúnem na capital americana em outubro. Segundo especialistas, esse primeiro encontro - depois de dois meses do último - acontece em meio a muitas diferenças e desacordos.

E o executivo explica ainda que a pressão sazonal da colheita nos EUA também ainda pesa sobre os preços em Chicago neste momento. Para o milho, os trabalhos de campo já começaram. "Fora noticias de exportações, só uma mudança nos mapas climaticos (geada) para as proximas 2 semanas será capaz de animar os traders", conclui Cachia.

No Brasil, o atraso das chuvas também chama a atenção e ainda não dá condições de plantio para alguns estados importantes que já têm a semeadura liberada, como Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Os níveis de umidade do solo ainda são insuficiente e o calor intenso continua.

No cenário externo, os traders acompanham esse início de safra um tanto preocupante para os produtores brasileiros, porém, sem ainda trazer reflexos para o mercado.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Mercado brasileiro de soja tem preços estáveis e ritmo reduzido de negócios nesta 4ª

O mercado da soja fechou o pregão desta quarta-feira (18) no vermelho na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa terminaram o dia perdendo entre 4 5 pontos nos principais contratos, levando o novembro a US$ 8,88 e o março a US$ 9,15 por bushel.

A estabilidade pôde ser observada durante todo o dia na CBOT e se estendeu também para o mercado brasileiro neste meio de semana. Na maior parte das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os indicativos permaneceram estáveis.

As exceções foram algumas praças no Centro-Oeste que marcaram algumas altas e baixas entre suas referências desta quarta, mas na maior parte do país os preços da soja operam acima dos R$ 70,00 por saca. Em partes do Paraná, os valores chegam a manter-se ainda acima dos R$ 80,00.

Nos portos, os indicativos também seguem sem força e fecharam o dia com estabilidade tanto para o produto disponível, quanto para a safra nova. A alta de 0,82% do dólar - levando a moeda americana a R$ 4,11 - ajudou na manutenção das cotações, embora haja ainda a pressão de Chicago e, principalmente, dos prêmios mais baixos para a soja spot neste momento.

Para a soja disponível, R$ 84,00 em Paranaguá e R$ 84,20 saca em Rio Grande, já para março de 2020, os valores são de R$ 84,50 e R$ 85,00 por saca. Apesar da pouca variação nesta quarta, os valores atuais são consideravelmente menores se comparados à semanas anteriores, quando a demanda estava mais aquecida no mercado brasileiro.

Antes acima dos 100 pontos, os prêmios para a soja disponível atuam agora entre 75 e 85 cents de dólar nas principais posições de entrega, o que afasta os vendedores e reduz consideravelmente o ritmo dos negócios.

"A semana da Soja no Brasil começou sem grandes negócios, somente pequenos boatos e quase nada de fatos. Com os portos dando chances de R$ 86,00 para outubro e também para safra nova de junho e não mostrava vendedores que estavam esperando pelo menos R$ 88 para as duas posições", explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

MERCADO INTERNACIONAL

Essa foi a terceira sessão consecutiva de baixas no cenário internacional, com o mercado em Chicago buscando definir uma direção, mas ainda com muita cautela e evitando grandes variações ou mudanças.

O mercado segue em compasso de espera, principalmente, sobre as notícias que devem chegar sobre as relações entre China e Estados Unido, mesmo diante das últimas compras da nação asiática feitas no mercado americano nos últimos três dias e que somaram quase 700 mil toneladas.

Um novo encontro entre as duas delegações deverá acontecer nos próximos dias, em Washington, para preparar os ânimos e o terreno para o encontro de outubro entre os representantes chineses e americanos do alto escalão.

"A soja se mantém pressionada, com o medo especulativo de que a demanda asiática pela oleaginosa continue em retração,uma vez que a Febre Suína continua se espalhando pelo continente", explicam os diretores da ARC Mercosul.

Do lado dos fundamentos, o mercado se atenta ao clima no Corn Belt, já que a colheita do milho já está em andamento e a da soja deve começar em mais algumas semanas. O atraso é considerável, porém, nesse momento, sem ameaças severas de geadas que pudessem comprometer ainda mais a safra norte-americana.

O início do plantio no Brasil e o atraso das chuvas em importantes regiões produtoras também começa, aos poucos,a ser observado pelo mercado internacional.

Fonte: Notícias Agrícolas

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