Publicado em: 24/06/2015 às 11:20hs
Experimentos de alguns produtores já conseguem, no entanto, elevar essa produção para até 142 sacas por hectare.
É o que apontam dados do Cesb (Comitê Estratégico Soja Brasil). O objetivo da entidade é buscar, cada vez mais, uma maior produtividade para o setor. "Devemos pensar a soja estrategicamente no país", diz Nery Ribas, presidente da entidade.
Para isso, o Cesb promove um desafio anual entre os produtores para apurar quem consegue obter o maior volume por hactare do país.
Neste ano, foram 2.900 participantes desse desafio, obtendo uma produtividade média de 120 sacas por hectare.
As condições de produção nesse desafio são diferentes das de uma cultura normal. O plantio é feito em uma área pequena, e o produtor investe mais. Em muitos casos, utiliza, inclusive, a irrigação.
Ribas diz que essas condições de produção não eliminam, no entanto, o caráter de busca por melhor desempenho no país.
A produtividade, aliás, é uma das mais intensas discussões do 7º Congresso Brasileiro de Soja, promovido pela Embrapa e realizado em Florianópolis (SC).
Maurício Lopes, presidente da Embrapa, diz que esse cenário de produtividade estável vai mudar. Avanços da tecnologia e maior utilização de dados vão permitir esse aumento.
Ribas diz que o rendimento médio pode sair das 50 sacas por hectare apenas com alguns cuidados do produtor.
Entre eles, ele cita uma utilização adequada do solo, cuidados na utilização de fertilizantes, qualidade da semeadura e um planejamento da produção.
De nada adianta uma semente de alta qualidade, se o manejo do solo e da produção não for adequado, diz Ribas.
Warren Preston, do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), destacou nesta terça-feira (23), em Florianópolis, que a produtividade avançou muito nas últimas décadas.
Saiu da estabilidade de produção dos anos 1950, quando arados e tratores ainda eram as melhores tecnologias, para a utilização de satélites e biotecnologia nos anos 1990.
Vieram as pragas e as ervas daninhas resistentes aos defensivos e, agora, o próximo passo será a aplicação das informações disponíveis à produção para vencer as barreiras ao maior rendimento.
Os produtores deverão pensar não só em práticas mais adequadas de manejo para obter mais produção, mas também pensar no ambiente, afirmou Carlos Cerri, da Universidade de São Paulo.
Fonte: Folha de S. Paulo
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