Publicado em: 13/08/2014 às 15:30hs
O relatório de oferta e demanda divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) no início da tarde desta terça-feira (12) trouxe aumento tímido em relação à expectativa do mercado para a colheita da soja no país, que deve somar 103,85 milhões de toneladas – 400 mil toneladas a mais que o número de julho e contra uma previsão de 104,4 milhões de toneladas dos analistas. Porém, isso não impediu nova queda das cotações da commodity na Bolsa de Chicago (CBOT). Após a publicação dos números o primeiro contrato recuava mais de 1%.
O principal fator baixista são os estoques finais da temporada 2014/15, que serão mais que triplicados em relação ao ano passado. Como não houve aumento nas estimativas de consumo de soja no país – o esmagamento foi mantido em 47,7 milhões de toneladas e as exportações em 45,5 milhões de toneladas –, as reservas norte-americanas foram elevadas a 11,7 milhões de toneladas, contra uma expectativa de 11,3 milhões de toneladas e bem acima das 3,7 milhões de toneladas do ciclo 2013/14.
O aumento na projeção de produção da soja nos Estados Unidos foi provocado por novo ajuste no índice de produtividade das lavouras. Segundo o Usda, os agricultores alcançarão rendimento médio de 50,88 sacas por hectare (3.052 kg/ha), um recorde para o país. No mês passado, o órgão já calculava potencial histórico de produtividade, de 50,6 sacas por hectare (3.039 kg/ha).
Com uma safra farta e a estabilidade no consumo, tanto interno como externo, as previsões de preços médios para a temporada atual foram reduzidas. Os novos valores máximos estão mais longe dos US$ 12 por bushel e perto dos US$ 11 por bushel.
O mínimo, que era calculado em US$ 9,50 por bushel (US$ 20,90 por saca), caiu para US$ 9,35 por bushel (US$20,50/saca). E o novo teto é de US$ 11,35 por bushel (US$ 24,97 por saca), contra US$ 11,50 projetados no mês passado.
Milho
Não são somente as plantações de soja que se desenvolvem bem nos Estados Unidos. No quadro do milho, o Usda fez ajustes gerais, que vão da produtividade média das lavouras ao aumento no consumo interno e nas exportações do país. Com um rendimento atualmente calculado em 175,2 sacas por hectare ( 10.512 kg/ha) – em julho a previsão era de 172,9 sacas por hectare –, as lavouras do cereal devem produzir 356,4 milhões de toneladas do grão. No mês passado, a estimativa apontava para 352,05 milhões de toneladas.
Além disso, os números referentes à demanda do produto foram elevados em relação a julho, mas não o suficiente para reduzir os estoques finais da safra. Segundo o Usda, o volume de milho destinado à produção de etanol combustível será de 128,9 milhões de toneladas, contra 128,2 milhões calculados no mês passado.
O consumo de ração animal também foi incrementado. A previsão é que 133,3 milhões de toneladas do grão terão essa finalidade, contra 132,08 milhões de toneladas previstos em julho. A demanda para consumo humano, uso de sementes e industrial, que era estimada em mais de 163,4 milhões de toneladas, agora é de 164 milhões de toneladas. E as exportações, saíram de 43,1 milhões de toneladas em julho para 43,8 milhões de toneladas.
Mesmo com aumento no quadro de consumo, os estoques de milho da safra atual serão muito.
Fonte: Gazeta do Povo
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