Publicado em: 10/06/2025 às 11:30hs
A safra paraguaia de soja para o ciclo 2024/25 teve sua previsão de produção revisada para cima, segundo o relatório de junho da StoneX, empresa global de serviços financeiros. A produtividade média atualizou-se para 2,2 toneladas por hectare, bem superior ao ano anterior, que registrou apenas 1 tonelada por hectare. Em algumas regiões, os rendimentos chegam a 3 t/ha.
Considerando a safra principal e a safrinha, a StoneX estima uma produção total de 9,93 milhões de toneladas, número ligeiramente inferior ao previsto em maio (10,00 milhões de toneladas). A safra principal foi estimada em 8,69 milhões de toneladas, com recuperação expressiva na região do Chaco, onde cerca de 30% a 35% da soja já foi comercializada.
O Paraguai é dividido pelo Rio Paraguai em duas regiões agrícolas com condições climáticas distintas. A Região Oriental já concluiu a colheita da safra, enquanto no Chaco (Região Ocidental) o trabalho ainda está em andamento. Nesta última, chuvas intensas causaram alagamentos e prejudicaram estradas, afetando a produtividade das áreas plantadas em dezembro. Por outro lado, áreas com plantio mais tardio tiveram desempenho superior.
A estimativa para a safrinha de soja caiu 6,8%, passando de 1,33 milhão de toneladas em maio para 1,24 milhão em junho. A produtividade média no departamento de San Pedro, um dos principais produtores, está em 1,7 t/ha, com grandes variações entre localidades. Áreas como Colônia Río Verde e Colônia Nueva Durango tiveram rendimentos elevados, enquanto Santa Rita e partes de Itapúa enfrentaram baixos resultados.
Na Região Oriental, principalmente ao norte da Rota 2, a safrinha superou a safra principal em produtividade. No Norte, locais como Vaquería e Yhú (Caaguazú) tiveram resultados positivos, com 90% da colheita já finalizada até o fim de maio.
A comercialização da soja paraguaia está abaixo de 70%, com preços pressionados pela boa condição climática e queda nas cotações em Chicago. O basis, que mede a diferença entre preços locais e internacionais, variou entre USD -30 e -35 por tonelada no final de maio, melhorando para USD -28 em junho na capital Assunção.
A cultura do milho safrinha no Paraguai acompanha o calendário da soja e teve um desempenho semelhante, com melhores resultados nas áreas ao norte da Rota 2 e em Alto Paraná. Já em Itapúa, a produtividade ficou abaixo do esperado por causa do clima.
Com a chegada de junho, o aumento da umidade preocupa, pois pode comprometer a qualidade dos grãos ainda no campo. A colheita de milho começou de forma lenta, atingindo apenas 2% da área, mas deve acelerar entre o final de junho e meados de julho. A comercialização está em 31%, influenciada pela queda dos preços, que passaram de USD 160 para USD 130 por tonelada em um mês.
Fatores externos, como a concorrência do mercado brasileiro e a ausência de geadas recentes, limitaram cortes na oferta. A produção paraguaia de milho para o ciclo atual está estimada em 5,25 milhões de toneladas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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