Publicado em: 08/01/2025 às 10:00hs
A safra de soja brasileira 2024/25 projeta um recorde histórico de 166 milhões de toneladas, conforme estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Este cenário é impulsionado por condições climáticas favoráveis e pela expansão da área cultivada. Diante desse contexto de alta produção, a gestão estratégica assume um papel crucial para mitigar os impactos das flutuações globais e garantir a sustentabilidade do setor agrícola.
Com mais de 97% da área plantada, a safra de soja deste ano caminha para ser uma das maiores da história. "O clima tem sido um grande aliado nesta safra, proporcionando condições ideais para o cultivo, ao contrário do início do plantio, quando o cenário seco causou algumas preocupações", destaca Adner Pozzobon, gerente de Pricing e Operações Estruturadas da ADAMA.
A produção de soja não se limita ao Brasil, com a Argentina e o Paraguai também apresentando boas perspectivas de colheita. Juntas, as três nações devem alcançar 232 milhões de toneladas, um aumento de 20 milhões em relação à safra passada, segundo o USDA. Esse crescimento acentuado da oferta tem pressionado os preços internacionais, com quedas significativas observadas. "No Brasil, por exemplo, apenas 34% da produção prevista para a safra 2024/25 estava comercializada até o final de novembro, o que gera preocupação, já que muitos produtores ainda não conseguiram travar seus custos", alerta Pozzobon.
A ADAMA, que há 20 anos realiza operações estruturadas com ferramentas como o Barter, tem visto essa estratégia ganhar destaque no atual cenário. O Barter permite ao produtor rural travar custos de produção, como defensivos e sementes, em troca de uma parte da safra, mitigando os riscos ligados às oscilações de mercado e garantindo maior previsibilidade e segurança financeira. "O Barter não só protege o produtor das incertezas do mercado, mas também assegura liquidez para toda a cadeia produtiva", explica Pozzobon.
Além disso, fatores como a alta do dólar, que favorece as exportações mas encarece os insumos, e as incertezas fiscais no Brasil, aumentam a necessidade de uma gestão estratégica no agronegócio. "O produtor brasileiro precisa enxergar sua operação como um negócio. Travar custos com o Barter não significa perder oportunidades, mas sim garantir a sustentabilidade do seu empreendimento e reduzir riscos", reforça Pozzobon.
Com a colheita da soja prevista para iniciar em fevereiro de 2025, o mercado aguarda ajustes naturais nos preços, impulsionados pela chegada de um grande volume de soja. Nesse contexto, ferramentas de gestão de risco se tornam cada vez mais essenciais para garantir a competitividade e a sustentabilidade do agro brasileiro. "Este é o momento ideal para o travamento de custos, pois ainda é vantajoso garantir uma boa relação de troca e evitar prejuízos futuros, já que a previsão é de mais oferta do que demanda na colheita", conclui Pozzobon.
Fonte: Portal do Agronegócio
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