Publicado em: 10/07/2025 às 11:50hs
A produção de grãos no Brasil para a safra 2024/25 está estimada em 339,6 milhões de toneladas, segundo o décimo levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um aumento de 14,2% (ou 42,2 milhões de toneladas) em relação à temporada anterior e é impulsionado por condições climáticas favoráveis, ampliação da área plantada, avanços tecnológicos e políticas públicas de incentivo.
A área total cultivada no país deve alcançar 81,8 milhões de hectares, com alta de 2,3% na comparação anual. A soja lidera a expansão, com aumento de 3,2% (1,5 milhão de hectares), seguida por milho (+2,4%, ou 507,8 mil hectares) e arroz (+140,8 mil hectares). Apesar das chuvas excessivas na Região Sul que prejudicaram as culturas de inverno, o desenvolvimento das demais lavouras segue dentro da normalidade.
A produção de soja é estimada em 169,5 milhões de toneladas, crescimento de 14,7% em relação à safra anterior. A produtividade média também é recorde, atingindo 3.560 kg/ha. Goiás se destaca com rendimento médio de 4.122 kg/ha.
Com a soma das três safras, a produção de milho deve alcançar 132 milhões de toneladas, alta de 14,3%. A primeira safra já está praticamente colhida, enquanto a segunda está com 65% das lavouras em fase de maturação e 27,7% já colhidas.
A produção de arroz deve atingir 12,3 milhões de toneladas, um crescimento de 16,5%, favorecida pelo clima, especialmente no Rio Grande do Sul.
Já o feijão tem produção estimada em 3,15 milhões de toneladas, com leve queda de 1,3% em relação ao ciclo anterior. A primeira safra teve bom desempenho, com crescimento de 12,8%, enquanto a segunda está em maturação e colheita, e a terceira em fase inicial.
A produção de algodão em pluma deve atingir 3,9 milhões de toneladas, alta de 6,4%. Até o momento, 7,3% da área já foi colhida e 78,9% está em maturação. O Mato Grosso responde por quase 70% da produção nacional, seguido pela Bahia com mais de 20%.
O trigo, por outro lado, registra retração de 16,5% na área plantada e deve alcançar 7,8 milhões de toneladas. O plantio avança na Região Sul, com algumas áreas já colhidas no Centro-Oeste e Sudeste.
A Conab acompanha a evolução da safra mensalmente, com base em mais de 540 combinações de dados sobre área e produtividade por cultura e estado. O levantamento é construído com informações de mais de 4.000 agentes de campo e uso de imagens de satélite, dados estatísticos e análises climáticas. As estimativas podem ser ajustadas nos próximos meses, dependendo das condições climáticas, especialmente nas culturas em estágios iniciais.
A aprovação do aumento da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, pelo CNPE, está aquecendo o mercado da soja. A medida deve ampliar o processamento em 935 mil toneladas, elevando a produção de óleo para 11,37 milhões de toneladas e a de farelo para 43,78 milhões. O consumo interno tende a crescer, elevando também os estoques. Mesmo com uma leve redução na produção de grãos, as exportações permanecem estáveis, com previsão de 106,22 milhões de toneladas.
A produção estimada de 132 milhões de toneladas de milho deve ser absorvida, em grande parte, pelo consumo interno, que pode chegar a 90 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pelo setor de etanol. As exportações devem cair levemente, devido à maior competitividade global, enquanto os estoques finais tendem a crescer.
A recuperação da produção de arroz, combinada à queda nos preços, pode estimular as exportações. As importações permanecem estáveis e os estoques finais devem aumentar.
Para o feijão, os preços vêm caindo, mesmo com oferta ajustada, devido ao consumo lento e à resistência do varejo em renovar os estoques.
O algodão segue com boas oportunidades de exportação, especialmente para a Ásia. No entanto, a menor demanda da China e os altos estoques pressionam os preços.
Nas culturas de inverno, como trigo, aveia e canola, o avanço da semeadura depende fortemente do clima. A produtividade ainda é baseada em médias históricas. A cevada apresenta redução de área em alguns estados, enquanto o sorgo ganha espaço pela aceitação crescente na indústria de rações e na produção de etanol.
Fonte: Portal do Agronegócio
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