Publicado em: 16/09/2024 às 10:10hs
O período de vazio sanitário da soja no Paraná, que proíbe a presença de qualquer planta da oleaginosa nos campos, chegou ao fim no dia 31 de agosto para a região 2 do Estado, que inclui o Norte, Noroeste, Oeste e Centro-Oeste. Contudo, a falta de chuvas tem dificultado o início do plantio, resultando em semeaduras ainda pouco significativas e não mensuráveis em termos percentuais.
Esse cenário é detalhado no Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à semana de 6 a 12 de setembro, elaborado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. O relatório também aborda o aumento no preço do trigo ao produtor, embora este tenha sofrido perdas substanciais devido às geadas e à estiagem.
Diferentemente do ano passado, quando o vazio sanitário começou em 10 de setembro para todo o Estado, a temporada de 2024 foi escalonada. Parte dos produtores já pode iniciar o plantio desde o início deste mês. Na região 1 – que engloba o Sul, Leste, Campos Gerais e Litoral – o plantio pode começar a partir de 19 de setembro, enquanto no Sudoeste, a autorização é a partir de 20 de setembro.
De acordo com o Deral, os plantios registrados até o momento são pontuais, em função da falta de precipitações. Em anos anteriores, pelo menos 1% da área já teria soja emergida. Para a safra 2024/25, a expectativa é de um plantio em 5,8 milhões de hectares, com previsão de colheita de 22,3 milhões de toneladas.
O Simepar indica a possibilidade de chuvas significativas, superiores a 10 milímetros, no próximo final de semana em grande parte do Estado. Caso essa previsão se confirme, os produtores da área já liberada devem acelerar o plantio para aproveitar as condições climáticas favoráveis.
No mercado do trigo, o preço da saca aumentou de R$ 75,57 para R$ 78,70 em um mês, representando uma alta de 4%. Este aumento é atípico, dado que a colheita está em andamento, com a área colhida passando de 1% para 18% nesse período, e já começa a abastecer o mercado. No ano passado, o preço caiu 19% de agosto para setembro.
Carlos Hugo Godinho, analista da cultura no Deral, explica: “Esse movimento ocorreu de maneira tardia e não beneficia os produtores de forma integral, devido às perdas de 17% causadas pelas secas e geadas.” A previsão é de uma redução adicional devido à estiagem persistente e aos danos das geadas que se tornam mais evidentes com a colheita.
O Boletim também aborda a olericultura no Paraná, que abrange todos os 399 municípios do Estado com cerca de 50 espécies cultivadas. No ano passado, essa atividade gerou R$ 7,2 bilhões, representando 3,6% do total de R$ 198 bilhões da agropecuária paranaense. Foram produzidas 2,97 milhões de toneladas em 117,6 mil hectares, com destaque para a batata, o tomate e a mandioca. O Núcleo Regional de Curitiba, especialmente São José dos Pinhais, é o maior produtor do Estado.
O Paraná teve o melhor primeiro semestre em produção de carne suína de sua história, com 565 mil toneladas, segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do IBGE. Em comparação com o mesmo período de 2023, houve um aumento de 0,1%, ou 764 toneladas a mais. Este incremento foi observado principalmente em frigoríficos com inspeção municipal e estadual, enquanto os com inspeção federal tiveram uma redução de 0,05%. Priscila Cavalheiro, veterinária, destaca: “Esses dados sugerem uma maior produção de carne suína para atender à crescente demanda interna.”
No setor de bovinos, o Brasil abateu cerca de 19,3 milhões de cabeças no primeiro semestre, com o Paraná ocupando a nona posição com 704 mil cabeças, correspondendo a 3,65% do total. Os abatedouros paranaenses produziram 182 mil toneladas de carne bovina, com um peso médio de 17,33 arrobas por animal.
A produção nacional de ovos de galinha alcançou mais de 2,2 bilhões de dúzias no primeiro semestre, um aumento de 8% em relação ao mesmo período de 2023. O Paraná manteve a segunda posição na produção, com 225,5 milhões de dúzias, um crescimento de 5,4% sobre as 213,9 milhões de dúzias produzidas no primeiro semestre de 2023. O Estado de São Paulo continua liderando a produção, com 595,5 milhões de dúzias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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