A entidade confirmou, em seu informativo conjuntural da semana passada, que áreas implantadas em solos mais rasos já começam apresentar deficiência hídrica, com consequente queda de folhas e vagens recém-formadas. Outro alerta vem do último levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que reduziu de 13,2 milhões de toneladas para 13,09 milhões de toneladas a expectativa de colheita. Mesmo assim, a safra ainda será recorde, ultrapassando em 4,5% os números da temporada passada, de 12,53 milhões de toneladas.

Conforme Alencar Rugeri, agrônomo da Emater, havia uma expectativa de chuva mais localizada nos últimos dias, mas que não foi correspondida. Informa que em alguns casos pontuais existem dificuldades nas lavouras, o que gera ansiedade dos agricultores. No momento, conforme o especialista, só resta o produtor aguardar a ajuda dos céus. “O agricultor tem que esperar e acompanhar a lavoura. Não tendo irrigação não temos como controlar estas dificuldades hídricas.”

Escaldados com as perdas trazidas pela estiagem de 2012, os agricultores se mantém em alerta com o clima, mesmo que o tempo não seja tão severo quanto o ocorrido naquele período. Segundo o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag), Carlos Joel da Silva, o ciclo apresentou chuva abaixo da média e lavouras na região produtora entre Cruz Alta e Passo Fundo já contabilizam prejuízos. A esperança é que, em pontos isolados, estão ocorrendo chuvas. “Em um ano que estava tranquilo começamos a ter problemas com essa falta de chuva durante a formação do grão.”

No entanto, segundo as previsões meteorológicas, o alento chegará neste fim de semana. De acordo com o meteorologista do Centro Estadual de Meteorologia (Cemet), Glauco Freitas, o retorno das precipitações nas regiões produtores deve ocorrer entre quinta e sexta-feira. “Um sistema frontal vai avançar e trazer chuva para as regiões que produzem a maior quantidade de soja. Em princípio são bons volumes, só precisamos ver se serão bem distribuídos. Também não está previsto tanto calor para a região e isto deve favorecer a cultura”, destaca.