O plantio de soja no Brasil alcançou 98,2% da área estimada para a safra 2023/2024, conforme aponta o Monitoramento Semanal das Condições das Lavouras, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta segunda-feira (30). O levantamento detalha o progresso das lavouras e os desafios climáticos enfrentados pelos produtores em diferentes estados.

Mato Grosso e Rio Grande do Sul: extremos climáticos

Em Mato Grosso, maior estado produtor, chuvas intensas dificultaram o avanço da colheita, mas beneficiaram o crescimento das plantas. Por outro lado, o excesso de umidade aumentou a incidência de doenças, demandando maior controle fitossanitário. Já no Rio Grande do Sul, a escassez de chuvas comprometeu o desenvolvimento das lavouras, obrigando algumas regiões a realizar replantio após o plantio inicial em dezembro.

Paraná e Goiás: condições favoráveis

No Paraná, as chuvas recentes restauraram a umidade do solo, proporcionando boas condições para o crescimento das plantas. Em Goiás, a maioria das áreas já está na fase de enchimento de grãos, com as precipitações auxiliando no desenvolvimento saudável das lavouras.

Desafios climáticos em outros estados

Em Mato Grosso do Sul, o clima úmido favoreceu o aumento de doenças, levando os agricultores a intensificar o uso de fungicidas. Em Minas Gerais, o excesso de chuvas atrasou a aplicação de defensivos em algumas regiões, enquanto na Bahia, as lavouras apresentam bom desenvolvimento, sem registros significativos de pragas ou doenças.

Em São Paulo, as lavouras, que se encontram nos estádios reprodutivos, estão em condições gerais positivas. No Tocantins, grande parte das áreas já alcançou a fase reprodutiva, seguindo o cronograma esperado.

Regiões do MATOPIBA e Santa Catarina

No Maranhão, o plantio nas regiões Oeste e Centro acompanha a irregularidade das chuvas, o que resulta em lavouras em diferentes estágios fenológicos. No Piauí, apesar das precipitações desiguais, as condições gerais das lavouras são satisfatórias.

Em Santa Catarina, o plantio da primeira safra está em fase final, e a safrinha deve ser iniciada até o fim de janeiro. Já no Pará, o ritmo é mais lento em polos como Santarém e Paragominas, com necessidade de replantio em áreas afetadas por precipitações irregulares.

O relatório da Conab reforça que, apesar dos desafios climáticos, a safra de soja no Brasil avança em ritmo consistente, com expectativas positivas para o desenvolvimento das lavouras.