Publicado em: 22/09/2025 às 10:10hs
O Brasil iniciou o plantio da safra de soja 2025/2026 em condições climáticas positivas, especialmente no Centro-Oeste, onde as chuvas chegaram mais cedo. Apesar do cenário inicial promissor, o setor agrícola adota cautela diante de fatores que podem comprometer a rentabilidade, como o alto custo de produção, o acesso restrito ao crédito e a previsão da ocorrência do fenômeno climático La Niña.
As negociações da soja no mercado futuro estão em ritmo lento. Os preços atuais não cobrem os custos de produção, o que leva os produtores a resistirem em fechar contratos.
Segundo Marco Castelli, diretor comercial da Agrobom, a conta não fecha diante da alta nos custos. “Tivemos um aumento nos custos de produção este ano e, considerando o preço ofertado para a soja, a operação fica no vermelho”, afirma.
Embora o clima seja favorável para a instalação da safra, Castelli ressalta que a expectativa de crescimento da área de cultivo pode não se concretizar. “Provavelmente não teremos aumento de área como vem sendo divulgado. A limitação de crédito pode inibir tanto a expansão quanto a adoção de tecnologia, resultando em menor produção final”, explica.
A escassez de crédito tem se tornado um obstáculo central. Casos de recuperação judicial, inadimplência e atrasos de pagamento aumentaram a cautela das instituições financeiras, que endureceram as exigências para concessão de financiamentos. Com isso, os custos do crédito ficaram mais altos, pressionando ainda mais a viabilidade econômica da safra.
Além dos desafios financeiros, a previsão de ocorrência do La Niña gera preocupação. O fenômeno pode afetar a fase de enchimento dos grãos, prevista para janeiro, trazendo riscos à produtividade da soja brasileira.
Diante desse cenário, o setor inicia a safra com otimismo moderado: o clima favorece o plantio, mas os fatores econômicos e climáticos exigem atenção redobrada dos produtores e da cadeia do agronegócio.
Fonte: Portal do Agronegócio
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