Publicado em: 14/01/2014 às 11:30hs
Com 5,6 mil hectares plantados com o grão, até a última sexta-feira ele já havia passado as colheitadeiras em 15% da área e deve acabar, hoje, com 20% de sua área colhida. O agricultor está mais avançado do que a média de sua cidade, Sapezal, onde 12% da área já haviam sido colhidas até sexta-feira (10), segundo balanço divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
"Para mim, o clima contribuiu. Acabo a colheita dia 10 de março e já estou plantando milho safrinha", conta o produtor. No oeste mato-grossense, os grandes produtores iniciaram a colheita na última semana de dezembro para passar a plantadeira de algodão logo atrás da colheitadeira de soja. Apenas alguns pequenos e médios produtores, como Rotta, estão plantando milho. Até o dia 9, 1,9% da área plantada com soja no Mato Grosso já havia sido colhida. O estado deve responder neste ano safra por 28% da produção da oleaginosa no País.
O avanço da colheita no início de janeiro é comum para o período, segundo Nery Ribas, gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja-MT). A colheita nesta época é feita pelos produtores que pretendem adiantar o plantio de algodão, que neste ano deve crescer 24,5% em área apenas no Mato Grosso.
Quem já está colhendo agora foi quem plantou a soja até o fim de outubro, logo após o fim do vazio sanitário. Nesta safra, o plantio precoce do grão foi alto: apenas no oeste mato-grossense, 81,4% dos agricultores realizaram a semeadura neste período.
A soja colhida agora já está sendo escoada. Anilson Rotta comercializou para o Grupo Maggi 70% da produção prevista para sua fazenda e começará a colocar as primeiras sacas sobre o caminhão nesta semana, que deve levar a mercadoria para ser exportada via Porto Velho.
"A soja colhida agora já está embarcando porque são referentes a contratos que os produtores têm. Eles só estão cumprindo contrato", diz Ribas.
Produtividade em alta
A colheita precoce costuma ter índices de produtividade abaixo da média, mas em Sapezal o número não deve variar até o fim da colheita, segundo o presidente do sindicato rural da cidade, Claudio Scariot. Até o momento, os produtores do município têm obtido entre 50 a 52 sacas por hectare e devem finalizar a colheita com uma produtividade girando em torno de 52 a 54 sacas por hectare.
A maior preocupação dos produtores está mais relacionada ao clima do que ao ataque de pragas. "O maior medo agora é que chuva se prolongue", atrasando a colheita, diz Scariot.
Temida no início da safra, a lagarta Helicoverpa armígera causou poucos estragos e tem sido bem controlada pelos produtores principalmente com o aumento das aplicações de inseticidas, segundo Ribas. No oeste do estado, a preocupação é maior com a lagarta batizada de "falsa medideira", que ataca as folhas e pode comprometer a oxigenação.
"Há problemas com a falsa medideira e com mosca branca, mas não é nada alarmante. Ainda não tem quebra de produtividade devido a esses fatores", afirma Ângelo Ozelame, analista de grãos do Imea.
Outros estados
A colheita também dá seus primeiros passos no Paraná, com os municípios da região oeste do estado à frente, como Cascavel e Toledo. O ritmo, porém, deve ser menor que o observado no Mato Grosso. "Nesta semana deve ter uma colheita ainda incipiente", diz Marcelo Garrido, técnico de grãos do Departamento de Economia Rural (Deral).
A estiagem, que durou 20 dias em dezembro, pode afetar a produtividade das terras plantadas com a oleaginosa na região oeste, mas o problema, segundo Garrido, deve ser pontual.
Fonte: DCI - Diário do Comércio & Indústria
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