Publicado em: 25/11/2013 às 15:40hs
A plantadeira de 10 linhas, pequena como pedem as áreas de relevo irregular das coxilhas, deposita no solo semente, adubo e expectativa. Para os produtores que vivem no berço brasileiro da soja, grão que se tornou esteio da economia nacional , toda temporada é uma chance de superação, mesmo sob clima irregular.
As primeiras sementes de soja chegaram em 1913 na região de Santa Rosa, tida como berço nacional da soja, conforme a historiadora Teresa Christensen. Nordestina de Natal, ela mora no município do noroeste gaúcho há quatro décadas e pesquisa há mais de 10 anos a história do grão “que se espalhou pelo Brasil”. Seus estudos renderam um livro sobre os registros que envolvem a criação de Santa Rosa e outro sobre a Festa Nacional da Soja, a Fenasoja, realizada a cada dois anos, com a 20ª edição em 2014.
Os primeiros 10 anos foram de experimentos, que ocorriam também em localidades como Viamão (Região Metropolitana) e Dom Pedrito (Campanha). Foi a partir de 1923 que as lavouras ganharam importância na região de Santa Rosa, aponta. Teresa apurou que o pastor americano Albert Lehenbauer distribuiu soja entre agricultores que mal imaginavam o potencial da cultura, cultivada há 4 mil anos na Ásia. Com rendimento cada vez maior, os grãos passaram a ser usados na produção de óleo, em substituição ao café, depois de torrados com açúcar mascavo e na alimentação animal. Era o início de um ciclo econômico sem precedentes na história do Brasil.
A região onde os produtores inauguraram o cultivo comercial em lotes de 25 hectares ainda pertencia a Santo Ângelo. Tornou-se município em 1931 e, à época, era considerado desenvolvido, com estradas bem cuidadas e energia elétrica. Cem anos é pouco tempo quando se observa o tamanho do complexo agroindustrial instalado em todo o país atualmente, afirma Teresa.
- Ainda hoje, é difícil imaginar até onde vai o cultivo da soja e sua força na economia - avalia.
Fonte: Zero Hora
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