Publicado em: 19/08/2025 às 11:20hs
O mercado de milho brasileiro e internacional segue volátil nesta terça-feira (19), com preços domésticos enfrentando resistência em diversas regiões e contratos futuros nos Estados Unidos refletindo expectativas de safra recorde.
No Rio Grande do Sul, os preços permanecem estáveis, mas desfavoráveis para produtores, com ofertas variando entre R$ 65,00 e R$ 68,00/saca nas principais regiões produtoras, como Santa Rosa, Ijuí, Não-Me-Toque e Lajeado. O mercado interno ainda depende do milho externo, segundo a TF Agroeconômica, e as perspectivas para agosto indicam pedidos entre R$ 68,00 e R$ 70,00/saca no interior, enquanto no porto o preço futuro para fevereiro/2026 está em R$ 70,00/saca.
Em Santa Catarina, a falta de liquidez trava negociações. Em Campos Novos, produtores pedem R$ 80,00/saca, contra ofertas de até R$ 70,00, e no Planalto Norte os pedidos giram em R$ 75,00, com médias de ofertas em R$ 71,00, levando agricultores a reduzir investimentos para a próxima safra.
No Paraná, apesar de colheita recorde, o comércio segue lento. Produtores solicitam R$ 73,00 a R$ 75,00/saca FOB, enquanto ofertas CIF permanecem abaixo de R$ 70,00, com médias regionais entre R$ 54,00 e R$ 64,00/saca.
Já em Mato Grosso do Sul, o clima comprometeu a segunda safra, com apenas 59% da área colhida, bem abaixo dos 90% do mesmo período de 2024. Os preços se mantêm entre R$ 44,00 e R$ 50,00/saca, mas a insegurança restringe novos contratos.
Nos Estados Unidos, os contratos futuros de milho apresentaram baixa na manhã desta terça-feira. Por volta das 7h25 (horário de Brasília), o contrato de setembro recuava para US$ 3,79/bushel, e o de dezembro valia US$ 4,03/bushel.
A pressão vem da expectativa de safra recorde, confirmada pelo Pro Farmer Crop Tour, que apontou altas produtividades em Ohio e Dakota do Sul, superando estimativas do USDA em alguns casos. As previsões nacionais serão divulgadas ao final da semana, influenciando diretamente as cotações internacionais.
Outros fatores, como perdas no trigo e tensões geopolíticas, especialmente o conflito Rússia x Ucrânia, também afetam os preços no mercado externo.
Apesar da volatilidade externa, os contratos futuros de milho encerraram em alta na B3 nesta segunda-feira (18), impulsionados pelo bom ritmo das exportações brasileiras. Dados da Secex indicam embarque de 3,12 milhões de toneladas desde o início de agosto, ligeiramente acima do mesmo período de 2024.
No mercado interno, segundo o Cepea, os preços domésticos do milho seguem pressionados pela expectativa de produção global recorde e retração de compradores, que aguardam desvalorizações maiores com o avanço da colheita e dificuldades de armazenagem. O USDA projeta a safra norte-americana em 425,25 milhões de toneladas, enquanto a Conab estima 137 milhões de toneladas para o Brasil em 2024/25, alta de 18% sobre a temporada anterior.
Fechamento dos contratos futuros na B3:
Na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado apresentou movimento misto:
As baixas refletem queda de 31% nas inspeções de embarques semanais, embora uma venda adicional de 124 mil toneladas para destino não revelado tenha dado suporte aos contratos futuros.
Fonte: Portal do Agronegócio
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