Soja

Mercado da soja tem liquidez em alta, mas enfrenta pressão de oferta, gargalos logísticos e incertezas globais

Liquidez elevada em algumas regiões marca o mercado da soja


Publicado em: 24/07/2025 às 10:30hs

Mercado da soja tem liquidez em alta, mas enfrenta pressão de oferta, gargalos logísticos e incertezas globais
Foto: CNA

O mercado da soja apresenta boa liquidez em estados como o Rio Grande do Sul, especialmente com foco em vendas antecipadas para 2026. Segundo a TF Agroeconômica, os preços praticados variam conforme a data de pagamento:

  • Agosto: R$ 138,70/saca (-0,93%)
  • Setembro: R$ 143,50/saca
  • Outubro: R$ 145,00/saca

Nas principais praças do interior gaúcho, os valores caíram:

  • Cruz Alta, Passo Fundo e Ijuí: R$ 131,00 (-1,50%)
  • Santa Rosa/São Luiz: R$ 133,00 (-1,48%)
  • Panambi: R$ 123,00/saca ao produtor
Santa Catarina registra comercialização lenta mesmo com colheita positiva

Apesar da colheita bem-sucedida, Santa Catarina enfrenta dificuldades para escoar a produção. A lentidão nas vendas preocupa, especialmente devido ao aumento da produção, que pressiona a capacidade de armazenagem e logística, já sobrecarregadas com a chegada da safra de inverno. No porto de São Francisco, a saca é negociada a R$ 138,11 (+0,25%).

Paraná: excesso de oferta trava negociações

No Paraná, a elevada oferta tem dificultado as negociações e afetado as decisões dos produtores. Os preços por saca foram os seguintes:

  • Paranaguá: R$ 136,20 (-0,22%)
  • Cascavel: R$ 122,36
  • Maringá: R$ 122,89
  • Ponta Grossa: R$ 121,96 (FOB); no balcão, R$ 118,00
  • Pato Branco: R$ 138,11 (-0,25%)

A logística também está sob pressão, dificultando ainda mais o escoamento da safra.

Mato Grosso do Sul enfrenta lentidão nas vendas apesar da safra recorde

Mesmo com uma produção elevada, o Mato Grosso do Sul registra ritmo lento de comercialização. O estado também monitora o clima, que tende à neutralidade entre agosto e outubro. Os preços do spot da soja foram:

  • Dourados e Campo Grande: R$ 120,63 (quedas de até -2,72%)
  • Maracaju: R$ 120,63 (+0,28%)
  • Chapadão do Sul: R$ 119,01 (-0,40%)
  • Sidrolândia: R$ 125,09
Mato Grosso lida com desafios logísticos e custos elevados

Em meio à safra recorde, o Mato Grosso enfrenta dificuldades com a logística e aumento dos custos operacionais. As cotações da soja nas principais regiões ficaram assim:

  • Campo Verde, Primavera do Leste e Rondonópolis: R$ 119,85
  • Lucas do Rio Verde: R$ 116,66
  • Nova Mutum: R$ 114,10
  • Sorriso: R$ 111,90
Chicago: soja sobe com impulso de commodities, mas fundamentos limitam alta

Na manhã desta quinta-feira (24), os preços da soja registraram leve alta na Bolsa de Chicago (CBOT), acompanhando o movimento de valorização das commodities agrícolas. Os principais contratos subiram entre 3,75 e 5 pontos:

  • Setembro: US$ 10,09/bushel
  • Novembro: US$ 10,45/bushel

O mercado encontra suporte no aumento do preço do óleo de soja e nas expectativas de acordos comerciais, como entre China e Estados Unidos.

Sessão anterior teve variação mista em Chicago

Na quarta-feira (23), os contratos da soja fecharam com desempenho misto, influenciados pelo clima favorável nos EUA e especulações sobre exportações.

  • Agosto: queda de 0,45% (US$ 10,05/bushel)
  • Setembro: baixa de 0,30%
  • Farelo de soja (agosto): queda de 0,66% (US$ 272/ton curta)
  • Óleo de soja: alta de 0,92% (US$ 56,14/libra-peso)

A valorização do óleo e anúncios de acordos com Japão e Filipinas impulsionaram os preços. As Filipinas devem importar cerca de 3,4 milhões de toneladas de farelo em 2025/26, favorecendo o escoamento do excedente norte-americano.

Contudo, o mercado ainda vê com cautela os desdobramentos desses acordos, além de acompanhar o avanço da safra nos EUA. Outro ponto de atenção são as tensões tarifárias entre EUA e União Europeia, que podem impactar o comércio global a partir de 1º de agosto.

Fonte: Portal do Agronegócio

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