Publicado em: 22/07/2025 às 11:30hs
O mercado físico de soja no Brasil segue com negociações travadas nesta terça-feira (22), mantendo o ritmo lento observado na véspera. A combinação entre queda nos contratos futuros da soja em Chicago, dólar próximo à estabilidade e prêmios fracos tem desestimulado compradores e vendedores, resultando em pouca movimentação no país.
Segundo Rafael Silveira, analista da Safras & Mercado, a distância entre as propostas da indústria e os valores esperados pelos produtores tem ampliado o impasse. Em algumas regiões, como o porto de Rio Grande (RS), até surgiram oportunidades pontuais de venda, mas o forte recuo nas cotações internacionais freou o apetite comprador.
A resistência dos produtores em aceitar preços abaixo da paridade de exportação levou à retração ainda maior das ofertas. No interior, as cotações se mantêm firmes, sustentadas pelo basis local.
Confira as principais variações do dia no mercado físico da soja:
Na Bolsa de Chicago, os contratos futuros da soja seguem em baixa nesta terça-feira, estendendo as perdas do pregão anterior. O contrato de novembro de 2025 recua 0,36%, cotado a 10,22¼ centavos de dólar por bushel.
Na segunda-feira (22), os contratos mais próximos também fecharam em queda. O vencimento de agosto, referência para a safra brasileira, caiu 1,24% (ou -12,75 cents/bushel), fechando a US$ 1.015,00. Já o contrato de setembro recuou 1,03%, a US$ 1.010,50.
De acordo com a TF Agroeconômica, o mercado foi pressionado pelas previsões de chuvas favoráveis nos EUA e pela ausência da China nas compras da nova safra americana — um fator determinante para o viés de baixa no curto prazo.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou relatório apontando que, até 20 de julho, 68% das lavouras de soja estavam em condições boas ou excelentes, uma leve queda em relação aos 70% da semana anterior. Outros 25% estavam em condição regular e 7% entre ruins e muito ruins.
Além disso, o USDA reportou exportações semanais de 364.990 toneladas de soja. Apesar do avanço em relação à semana anterior, os números ainda não foram suficientes para sustentar os preços diante da fraca demanda chinesa.
No mercado de derivados:
Com a combinação de fundamentos internacionais desfavoráveis, ausência da China nas compras e pouca atratividade nos preços internos, o mercado brasileiro de soja deve seguir com baixa liquidez nos próximos dias. A expectativa é de que esse cenário só mude com alterações mais significativas no clima norte-americano ou mudanças no câmbio e nos prêmios de exportação.
Fonte: Portal do Agronegócio
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