Publicado em: 17/12/2025 às 11:20hs
O Rio Grande do Sul continua sendo o principal foco de preocupação da safra brasileira de soja, de acordo com informações da TF Agroeconômica. Os preços no porto gaúcho caíram para R$ 141,00 por saca (-0,70%), enquanto no interior o valor médio ficou em R$ 132,08 (-0,23%), com destaque para Cruz Alta e Santa Rosa (R$ 136,00). Em Panambi, o mercado físico mostrou resistência, mantendo o ritmo comprador mesmo com o recuo do preço de pedra para R$ 122,00/sc.
A consultoria destaca que o cenário reflete a cautela dos produtores diante das condições climáticas instáveis e do comportamento do mercado internacional, que segue volátil.
Em Santa Catarina, o mercado de soja apresenta dinâmica própria, descolada da paridade de exportação. Com a colheita de inverno praticamente finalizada, os produtores concentram esforços no plantio da soja em áreas tardias. No porto de São Francisco do Sul, a saca é cotada a R$ 141,05 (-0,89%), acompanhando o movimento de leve retração observado na região Sul.
O Paraná tem sido o fiel da balança da produção sulista, com safra promissora e produtores mantendo uma postura comercial conservadora. De acordo com a TF Agroeconômica, os preços variam conforme a praça:
No mercado de balcão, Ponta Grossa registrou R$ 122,00/sc, evidenciando estabilidade diante da cautela dos produtores com novas vendas.
O Mato Grosso do Sul vive um cenário de baixa fluidez nas negociações, com ajustes negativos acompanhando o movimento nacional. Em Dourados, Campo Grande, Maracaju e Sidrolândia, a saca foi cotada a R$ 127,82 (-0,30%), enquanto em Chapadão do Sul ficou em R$ 123,39 (-0,14%).
A consultoria aponta que a retração dos compradores e a falta de estímulos externos têm travado o mercado, mantendo os preços em compasso de espera.
No Mato Grosso, o maior produtor nacional, o setor enfrenta o paradoxo entre volume recorde e margens apertadas. Os preços oscilam conforme a região:
Apesar da expectativa de uma colheita robusta, o custo de produção elevado e a retração das cotações internacionais limitam a rentabilidade dos produtores.
Na manhã desta quarta-feira (17), os contratos da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) registraram leve alta entre 0,25 e 0,75 ponto, com o vencimento janeiro a US$ 10,63 e o maio a US$ 10,84 por bushel. O farelo subia levemente, enquanto o óleo recuava.
Analistas apontam que o mercado segue lateralizado, oscilando entre US$ 10,40 e US$ 11,00, à espera de novas informações que possam definir uma tendência. O foco dos investidores permanece no clima da América do Sul e na demanda chinesa, sem novidades que impulsionem uma recuperação mais consistente dos preços.
Na terça-feira (16), os contratos futuros da soja encerraram em queda, atingindo o menor nível em sete semanas na CBOT. A retração foi impulsionada pelo fraco desempenho do petróleo, aliado à expectativa de safra abundante no Brasil e à demanda moderada da China.
O WTI para janeiro caiu 2,51%, cotado a US$ 55,39 por barril, enquanto o Brent para fevereiro recuou 2,52%, a US$ 59,03. Segundo John Evans, analista da PVM Oil Associates, a tendência é de continuidade na queda dos preços até o início de 2026, diante de previsões de excesso de oferta global.
Além da influência do petróleo, o mercado acompanha outros fatores:
Com isso, os contratos de soja em grão para janeiro fecharam em US$ 10,23 ¾ por bushel (-0,83%), enquanto o farelo caiu para US$ 302,40/t (-0,36%) e o óleo recuou 2,26%, a 48,36 centavos de dólar por libra-peso.
O mercado global da soja caminha para encerrar o ano em um cenário de volatilidade e cautela. No Brasil, a atenção segue voltada ao comportamento climático no Sul, às condições das lavouras e ao ritmo das negociações internas. Já no exterior, a combinação entre oferta elevada, petróleo em queda e incertezas econômicas deve manter o mercado sob pressão nas próximas semanas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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