Publicado em: 05/09/2025 às 11:00hs
O mercado da soja atravessa um momento de oscilações, tanto no cenário internacional quanto no doméstico. No Brasil, os preços apresentam comportamento distinto entre os estados, enquanto nos Estados Unidos as lavouras enfrentam condições climáticas adversas que sustentam leves altas em Chicago. Ao mesmo tempo, a China mantém compras expressivas da oleaginosa brasileira, o que ajuda a dar suporte às cotações.
No Rio Grande do Sul, as referências para pagamento em meados de setembro recuaram para R$ 140,00 por saca nos portos. No interior, os preços ficaram em torno de R$ 134,00 por saca em Cruz Alta, Passo Fundo e Santa Rosa/São Luiz, enquanto em Panambi o valor de pedra foi registrado em R$ 122,00.
Em Santa Catarina, as negociações ocorrem em ritmo lento, acompanhando a estabilidade nacional. No porto de São Francisco, a saca é cotada a R$ 142,84.
O Paraná inicia a transição para a nova safra com oscilações moderadas. Em Paranaguá, a soja foi negociada a R$ 142,50 (+0,35%), em Cascavel a R$ 130,29 (+1,45%), em Maringá a R$ 133,32 (+2,59%) e em Ponta Grossa a R$ 133,45 (+1,34%) por saca FOB. No balcão, Ponta Grossa registrou R$ 118,00.
No Mato Grosso do Sul, o mercado mostrou comportamento dividido, com preços de R$ 121,00 em Dourados (-2,03%) e Campo Grande (-1,87%), R$ 122,00 em Maracaju (-1,05%) e Chapadão do Sul a R$ 122,45 (+0,54%). Em Sidrolândia, a saca foi cotada a R$ 123,30.
Já no Mato Grosso, os preços se mantiveram firmes mesmo diante da pressão de Chicago. Em Campo Verde e Primavera do Leste, a saca atingiu R$ 123,50, enquanto Rondonópolis se destacou com R$ 130,00 (+8,11%). Em Lucas do Rio Verde e Nova Mutum, as referências ficaram em R$ 119,16, e em Sorriso a R$ 119,30 (+0,21%).
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros da soja encerraram a quinta-feira (5) em leve valorização, sustentados pela deterioração das lavouras nos Estados Unidos e por compras de oportunidade. O contrato para novembro subiu 0,15%, a US$ 1.033,00 por bushel, enquanto janeiro avançou 0,14%, a US$ 1.051,50.
Os derivados também registraram ganhos: o farelo para outubro valorizou 0,90%, a US$ 280,10 por tonelada curta, e o óleo encerrou em US$ 51,51 por libra-peso (+0,14%).
Apesar do suporte climático, a ausência de compras da China nos EUA continua limitando os avanços. A consultoria Allendale revisou para baixo sua estimativa de produção americana, agora em 116,16 milhões de toneladas, abaixo da projeção de 116,82 milhões do USDA.
O monitoramento semanal da seca mostrou piora nas condições das lavouras. A área com seca moderada no Centro-Oeste norte-americano passou de 4,51% para 14,18%, e o percentual de soja sob algum grau de seca subiu de 11% para 16%. Embora ainda abaixo dos 19% registrados no mesmo período de 2024, o cenário reforça o viés de cautela no mercado.
Enquanto evita aquisições significativas nos Estados Unidos, a China segue comprando soja brasileira, o que tem ajudado a sustentar os preços internacionais. Essa movimentação mantém os prêmios em alta, mesmo diante da pressão exercida pela Bolsa de Chicago.
No Brasil, além das negociações regionais, produtores acompanham as condições climáticas para o avanço da nova safra, fator que será determinante para o ritmo da comercialização nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias