Publicado em: 23/07/2025 às 10:10hs
O mercado da soja no Brasil segue pressionado, refletindo uma combinação de alta oferta, lentidão nas vendas e estrutura logística sobrecarregada. Em diferentes estados produtores, os preços apresentam recuos, mesmo diante de uma safra robusta.
Segundo a TF Agroeconômica, o mercado gaúcho segue com boa liquidez, especialmente para negócios de longo prazo, com foco em 2026. Os preços recuaram, com cotações variando conforme a data de pagamento:
Nas praças do interior, os preços para exportadores e fábricas também caíram:
Em Santa Catarina, apesar da colheita concluída com bons resultados, a comercialização continua lenta. Em 22 de julho, o preço médio da soja no estado era de R$ 121,00 por saca. O farelo granel estava cotado a R$ 1,81 e o ensacado a R$ 2,07.
A baixa liquidez preocupa o setor, especialmente diante do aumento da produção, o que gera pressão sobre a capacidade de armazenagem e exige melhorias logísticas.
Apesar das dificuldades internas, o Paraná foi o principal exportador da região Sul no primeiro semestre, com US$ 11,1 bilhões em vendas — a soja representou 19,2% desse total.
As cotações nas principais regiões do estado foram:
Mesmo com uma colheita expressiva, o Mato Grosso do Sul também enfrenta ritmo lento na comercialização. Os preços recuaram em diversas regiões:
No dia 16 de julho, o estado projetou uma safra recorde de 50,58 milhões de toneladas — 29% acima da anterior. Porém, a grande oferta pressiona a logística e os preços seguem em queda:
Após duas sessões consecutivas de queda, o mercado da soja voltou a subir nesta quarta-feira (23) na Bolsa de Chicago. Os contratos mais negociados subiam entre 5,50 e 6,25 pontos:
A alta foi motivada por realização de lucros, mas os fundamentos permanecem pressionados. Entre os fatores de baixa estão o clima favorável no cinturão agrícola dos EUA (Corn Belt), a boa evolução da safra 2025/26 e a demanda incerta pelos produtos norte-americanos.
O mercado segue atento a possíveis encontros entre autoridades dos EUA e da China. Espera-se uma reunião em Estocolmo entre o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e representantes chineses. Rumores indicam que a China estaria cotando fretes marítimos para importar soja dos EUA, o que pode influenciar os preços futuramente.
Na véspera, a soja fechou de forma mista na CBOT:
Mesmo com a queda na qualidade das lavouras americanas — com 68% classificadas como boas ou excelentes, abaixo dos 70% da semana anterior e dos 71% esperados —, o clima favorável pesou mais nas decisões dos investidores.
O farelo de soja foi o destaque positivo do dia, ajudando a limitar perdas. O contrato de agosto subiu US$ 3,64, fechando a US$ 301,81 por tonelada.
Dados do Ministério da Agricultura da Argentina também contribuíram: a moagem de soja em junho foi de 4.055.149 toneladas — alta de 4,4% sobre maio e de 2,17% em relação a junho de 2024. Esses números sinalizam uma retomada na indústria de processamento e também influenciam o mercado internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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