Soja

Mercado da soja enfrenta lentidão nas vendas, pressão de oferta e instabilidade em Chicago

Comercialização segue lenta em diversas regiões do Brasil


Publicado em: 25/07/2025 às 11:00hs

Mercado da soja enfrenta lentidão nas vendas, pressão de oferta e instabilidade em Chicago
Foto: CNA

O mercado da soja permanece com poucas movimentações no Brasil, refletindo uma conjuntura de lentidão nas negociações e dificuldades estruturais. No Rio Grande do Sul, os preços seguem estáveis, com pouca atratividade para os produtores. De acordo com a TF Agroeconômica, os valores variam conforme a data de pagamento: R$ 138,70 para agosto, R$ 143,50 para setembro e R$ 145,00 para outubro. No interior do estado, os preços giram em torno de R$ 131,00 a saca em Cruz Alta, Passo Fundo e Ijuí, com valores um pouco superiores em Santa Rosa e São Luiz (R$ 133,00). Em Panambi, os preços de balcão recuaram para R$ 123,00 por saca ao produtor.

Em Santa Catarina, a comercialização também segue lenta e pressionada pela estrutura logística. A movimentação no porto de São Francisco evidencia a influência do intenso fluxo de grãos oriundos do Centro-Oeste, enquanto os grãos locais têm enfrentado dificuldades de escoamento. Mesmo com volumes baixos, abaixo de 20 mil toneladas por operação, o preço da soja no porto chegou a R$ 138,16 por saca, com leve alta de 0,46%.

Paraná lida com excesso de oferta e déficit de armazenagem

No Paraná, a pressão de oferta é acentuada por um déficit estrutural de armazenagem, o que compromete ainda mais o ritmo de comercialização. Os preços variam conforme a região: em Paranaguá, a saca foi cotada a R$ 136,20; em Cascavel, a R$ 122,87; Maringá, R$ 122,98 (+0,07%); Ponta Grossa, R$ 121,47 (-0,40%); e em Pato Branco, R$ 138,16 (+0,04%). No mercado de balcão, os preços em Ponta Grossa ficaram em R$ 118,00 por saca.

Safra recorde e ritmo lento de vendas no Mato Grosso do Sul

Apesar de ter encerrado a safra 2024/25 com um volume recorde de 14,68 milhões de toneladas, o Mato Grosso do Sul também registra lentidão nas negociações. Os preços da soja variam significativamente entre as regiões: R$ 119,54 em Chapadão do Sul, R$ 125,09 em Sidrolândia, e R$ 120,63 em Dourados, Campo Grande e Maracaju.

Mato Grosso: maior produtor enfrenta déficit crítico de armazenagem

No Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, a situação é agravada por um déficit crítico de armazenagem. Em 24 de julho, os preços variaram entre R$ 111,38 em Sorriso e R$ 118,02 em Campo Verde, com quedas registradas em cidades como Primavera do Leste, Rondonópolis e Nova Mutum. Os valores seguem pressionados pela alta oferta e pela escassez de estrutura logística adequada.

Chicago: soja opera no vermelho, com falta de suporte na demanda chinesa

No mercado internacional, os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago iniciaram a sexta-feira (25) em queda, com os principais vencimentos recuando de 4,75 a 5,25 pontos. Às 6h55 (horário de Brasília), o contrato de setembro era cotado a US$ 10,00 por bushel, e o de novembro a US$ 10,19.

A semana foi marcada por uma tendência de lateralidade nos preços, pressionados pela ausência de novidades significativas na demanda, especialmente da China. O mercado também monitora as condições climáticas nos EUA e o encontro entre representantes americanos e europeus previsto para a próxima semana, em Estocolmo. A tensão gerada pelas tarifas do ex-presidente Donald Trump também está no radar dos traders. Além da soja, contratos futuros de óleo, farelo, milho e trigo também operaram em baixa nesta sexta.

Leve alta na véspera e compras pontuais da China sustentam mercado

Na quinta-feira (24), os contratos da soja encerraram o dia em leve alta, sustentados principalmente por fatores climáticos. O contrato de setembro subiu 0,07%, cotado a US$ 1005,75/bushel. Já o de agosto caiu 0,15%, para US$ 1004,25. O mercado foi influenciado pela previsão de chuvas no cinturão agrícola dos EUA, embora uma possível redução da umidade nos próximos dias possa oferecer suporte aos preços.

Uma compra pontual de 30 mil toneladas de farelo de soja da Argentina pela China — algo incomum — gerou volatilidade, embora o farelo tenha fechado o dia em queda de 0,85%, a US$ 269,70/ton curta.

Exportações dos EUA decepcionam

Os dados de exportações divulgados pelo USDA foram considerados fracos. As vendas semanais de soja para a safra 2024/25 totalizaram 160,9 mil toneladas, abaixo das 271,9 mil da semana anterior. Para a temporada 2025/26, foram 238,8 mil toneladas, número inferior às expectativas do mercado, que variavam entre 250 mil e 500 mil toneladas. A ausência de compradores chineses e a liderança da Holanda nas aquisições (com 116,8 mil toneladas) confirmam a fraqueza da demanda internacional no momento.

Fonte: Portal do Agronegócio

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