Soja

Mercado da soja enfrenta lentidão nas vendas no Brasil e pressão internacional em Chicago

Produção elevada e gargalos logísticos dificultam o escoamento da safra em vários estados brasileiros, enquanto em Chicago a soja é pressionada por ampla oferta e fraca demanda internacional


Publicado em: 29/07/2025 às 11:03hs

Mercado da soja enfrenta lentidão nas vendas no Brasil e pressão internacional em Chicago
Foto: CNA
Ritmo lento marca o início da semana para o mercado da soja no Brasil

A semana começou com pouca movimentação nas negociações de soja em diversas regiões produtoras do país. No Rio Grande do Sul, cerca de 60% da safra já foi comercializada, segundo a TF Agroeconômica. Os preços pagos variaram entre R$ 122,00 e R$ 138,00 a saca, com leve queda em comparação aos dias anteriores. Os compradores demonstram maior interesse por contratos com entrega mais distante.

Em Santa Catarina, a lentidão nas vendas é intensificada pela sobreposição da safra de inverno com o aumento da produção estadual, o que tem gerado gargalos logísticos e sobrecarregado a capacidade de armazenamento e transporte. No porto de São Francisco, a saca foi cotada a R$ 137,19, com queda de 1,16%.

Paraná enfrenta desafios com excesso de oferta e infraestrutura

No Paraná, o excesso de soja disponível continua pressionando os preços e agravando os desafios de armazenagem. Os valores variaram entre R$ 118,00 e R$ 140,15 por saca, com destaque para o porto de Paranaguá, que registrou alta de 2,08%, enquanto outras praças, como Ponta Grossa e Maringá, apresentaram recuos significativos.

Vendas lentas e pressão logística afetam Mato Grosso do Sul

No Mato Grosso do Sul, os produtores seguem cautelosos nas negociações. A comercialização da safra está lenta, refletindo as dificuldades logísticas e a capacidade estática de armazenagem abaixo da demanda crescente. Os preços na região variaram entre R$ 118,76 e R$ 120,40, com leve oscilação de valores entre as principais praças, como Dourados, Campo Grande e Chapadão do Sul.

Mato Grosso amplia exportações, mas sofre com gargalos

O Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, tem mantido bom volume de exportações, principalmente para a China. No entanto, o estado também enfrenta gargalos logísticos graves, que comprometem o escoamento eficiente da safra. As cotações ficaram entre R$ 113,80 e R$ 117,40, com oscilações negativas e positivas dependendo da localidade. Destaque para Sorriso, onde houve alta de 2,17%.

Chicago: preços da soja oscilam pouco e aguardam novidades

Na Bolsa de Chicago (CBOT), o mercado internacional de soja iniciou a terça-feira (29) sem grandes variações. Os contratos de setembro e novembro operaram praticamente estáveis, refletindo a ausência de novas informações relevantes e a falta de demanda por parte da China, principal compradora mundial.

A estabilidade momentânea é sustentada pelos bons fundamentos da safra americana, como o índice de 70% das lavouras em boas ou excelentes condições, divulgado pelo USDA. Enquanto isso, milho, farelo e óleo de soja também registraram movimentações modestas.

Queda nos preços em Chicago reflete ampla oferta e baixa demanda

Na segunda-feira (28), os contratos futuros da soja em Chicago fecharam em queda, impactados pela combinação de alta oferta nos Estados Unidos e demanda internacional enfraquecida. O contrato de agosto caiu 1%, cotado a US$ 988,75/bushel, enquanto o de setembro recuou 0,95%, para US$ 992,50/bushel.

O farelo de soja também caiu 1,08%, enquanto o óleo teve leve alta de 0,11%. A falta de interesse da China pela soja americana continua sendo um fator decisivo para a retração dos preços, mesmo diante de condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das lavouras nos EUA.

Brasil em movimento contrário: preços internos da soja sobem

Apesar do cenário de queda em Chicago, o mercado brasileiro apresenta tendência altista, com preços internos da soja em patamares recordes. A forte demanda externa, os prêmios elevados nos portos, o câmbio favorável e a alta da taxa Selic – que encarece o armazenamento – incentivam os produtores a venderem o grão no curto prazo, impulsionando as cotações no país.

Enquanto o mercado interno lida com entraves estruturais, como a falta de armazenagem e a logística ineficiente, o cenário internacional reforça a pressão sobre os preços com uma oferta abundante e fraca demanda, especialmente da China. A combinação desses fatores desafia produtores e compradores no Brasil e no exterior.

Fonte: Portal do Agronegócio

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