Publicado em: 02/05/2025 às 17:00hs
O mês de abril foi marcado por relativa estabilidade nos preços da soja no Brasil. Embora tenha havido maior movimentação comercial na primeira quinzena, o ritmo desacelerou posteriormente, principalmente devido à boa capitalização dos produtores. A queda do dólar e a leve valorização das cotações em Chicago criaram um cenário de indefinição, dificultando a consolidação de uma tendência de mercado.
As cotações da saca de 60 quilos apresentaram variações pontuais em diferentes regiões do país. Em Passo Fundo (RS), o preço caiu de R$ 130,00 para R$ 127,00. Em Cascavel (PR), houve leve alta, passando de R$ 125,00 para R$ 127,00. Já em Rondonópolis (MT), os preços permaneceram estáveis em R$ 115,00 ao longo de abril. No Porto de Paranaguá (PR), a saca se manteve inalterada, cotada a R$ 132,00.
Os contratos com vencimento em julho na Bolsa de Chicago tiveram valorização de 1,58% no mês, encerrando abril a US$ 10,44 1/2 por bushel. A alta foi mais expressiva na primeira metade do mês, sustentada pela expectativa de redução na área de plantio nos Estados Unidos. Contudo, com o início do plantio sem maiores problemas e as incertezas ligadas à guerra comercial, o mercado passou a recuar na segunda metade do mês.
Para o mês de maio, os fatores de atenção permanecem os mesmos: a evolução do plantio nos Estados Unidos, a continuidade da guerra comercial e a ampla oferta de soja proveniente da América do Sul, que segue como elemento de pressão sobre os preços.
O dólar comercial encerrou abril cotado a R$ 5,6750, acumulando desvalorização de 0,57% no mês. A perda de confiança na economia dos Estados Unidos e o fluxo de recursos externos contribuíram para a queda da moeda norte-americana frente ao real.
A guerra comercial iniciada durante o governo Donald Trump segue beneficiando o Brasil. De acordo com Rafael Silveira, analista e consultor da Safras & Mercado, a disputa tarifária entre Estados Unidos e China tem gerado oportunidades para o produto brasileiro no mercado internacional.
Segundo Silveira, a safra 2024/25 de soja no Brasil deve apresentar recuperação e pode superar a marca de 170 milhões de toneladas. O analista destaca ganhos significativos de produtividade em estados como Mato Grosso. No entanto, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul enfrentaram adversidades mais severas durante o ciclo.
Apesar da estabilidade, Silveira avalia que os preços internos da soja seguem em patamar relativamente elevado. Ele alerta ainda para a possibilidade de novas altas, especialmente caso os produtores norte-americanos optem por reduzir ainda mais a área destinada ao cultivo da oleaginosa.
Fonte: Portal do Agronegócio
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