Publicado em: 30/05/2025 às 11:10hs
O mercado da soja segue com comportamento cauteloso e preços mistos, refletindo tanto condições locais nos estados brasileiros quanto fatores internacionais, como a política tarifária dos Estados Unidos e impactos climáticos nas lavouras americanas.
Rio Grande do Sul
O mercado da soja no Rio Grande do Sul permanece cauteloso diante da quebra de safra. Segundo a TF Agroeconômica, as cotações no porto indicam preços para entrega em maio e pagamento em 17 de junho na casa de R$ 136,00 por saca. No interior, os preços variam conforme a praça: Cruz Alta, Passo Fundo e Ijuí apresentam valores em torno de R$ 131,00 por saca com pagamentos previstos para início ou início/médio de julho. Em Panambi, o preço “de pedra” subiu para R$ 119,00 por saca.
Santa Catarina
A colheita foi finalizada, mas o mercado está travado, refletindo a baixa movimentação comercial em maio. A liquidez reduzida e a cautela dos agentes dificultam vendas spot e contratos futuros, resultando em leve queda nos preços. No porto de São Francisco do Sul, a saca é cotada a R$ 133,66, com alta de 0,20%.
Paraná
As exportações estão em alerta, com preços estáveis ou pouco variados. Em Paranaguá, a soja foi cotada a R$ 132,66, enquanto em Cascavel e Maringá os preços ficaram em R$ 119,51 e R$ 120,86, respectivamente. Em Ponta Grossa, o preço FOB foi R$ 118,93, e no balcão local, R$ 130,00. Já em Pato Branco, a cotação chegou a R$ 133,72 por saca.
Mato Grosso do Sul
A rentabilidade é limitada e o mercado segue instável. Em Dourados, o preço spot da soja teve leve alta, chegando a R$ 118,88 (+0,62%), mesmo valor praticado em Campo Grande e Sidrolândia. Já Chapadão do Sul apresentou valor menor, R$ 112,25. Os custos logísticos, como fretes e armazenagem, continuam influenciando a competitividade regional.
Mato Grosso
O aumento dos fretes devido à safra histórica gera preocupação. A capacidade de armazenagem não acompanha o ritmo da produção, o que pode forçar vendas em momentos desfavoráveis e prejudicar o planejamento comercial. Os preços em algumas regiões registram pequenas altas: Campo Verde e Primavera do Leste em R$ 113,24 (+0,22%), enquanto Lucas do Rio Verde e Nova Mutum estão em R$ 109,12. Rondonópolis acompanha Campo Verde, e Sorriso marca R$ 108,71 por saca.
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a soja teve pregão misto, com preços próximos da estabilidade. O contrato de julho, referência para a safra brasileira, subiu 0,31%, fechando a US$ 1.051,75 por bushel. O contrato de agosto também registrou alta de 0,31%, a US$ 1.048,50. O farelo de soja valorizou-se 0,92%, a US$ 296,40 por tonelada curta, enquanto o óleo de soja caiu 1,10%, a US$ 48,39 por libra-peso.
A oscilação reflete incertezas sobre a política tarifária dos Estados Unidos. Uma decisão do Tribunal de Comércio Internacional dos EUA suspendeu temporariamente tarifas retaliatórias, gerando alívio, mas o Tribunal de Apelações reverteu essa decisão no fim do dia, restabelecendo as tarifas e podendo influenciar os próximos pregões.
Além disso, fatores climáticos afetaram a produção americana. Inundações no Arkansas danificaram cerca de 31% das lavouras, com prejuízo estimado superior a US$ 79 milhões, o que pressiona a oferta da safra dos EUA.
Diante deste cenário complexo, especialistas apontam para a possibilidade de retomada dos preços da soja, impulsionada por questões climáticas e incertezas geopolíticas. Naomi Blohm, consultora sênior da Stewart Peterson, destaca que o mercado está preparado para romper a faixa atual de preços, refletindo a combinação desses fatores.
Assim, o mercado da soja no Brasil e no exterior apresenta um momento de cautela, com diferentes regiões enfrentando desafios próprios, enquanto o cenário internacional permanece marcado por volatilidade e expectativas de reajustes.
Fonte: Portal do Agronegócio
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