Publicado em: 01/12/2025 às 16:33hs
A semeadura da soja 2025/26 segue em ritmo mais lento em diversas regiões do país, devido à irregularidade das chuvas entre setembro e outubro, segundo o relatório Agro Mensal, divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA.
Nos estados de Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Minas Gerais e Tocantins, produtores enfrentaram interrupções no plantio e, em alguns casos, necessidade de replantio, o que aumentou os custos de produção e gerou preocupação com o calendário agrícola.
A situação também acende um alerta para o atraso da segunda safra de milho (safrinha), já que o plantio do cereal depende da colheita da soja dentro da janela ideal.
No cenário externo, os preços da soja na Bolsa de Chicago registraram alta ao longo de outubro. O movimento foi influenciado pelo ritmo lento do plantio no Brasil e pelas expectativas positivas em torno de um novo acordo comercial entre Estados Unidos e China.
Entretanto, no mercado brasileiro, essa valorização foi compensada pela queda dos prêmios da safra 2025/26, que recuaram quase na mesma proporção. Com isso, a paridade de exportação no Mato Grosso ficou próxima de R$ 105 por saca para entrega em março de 2026.
No mercado spot, as cotações recuaram em outubro e seguem em leve baixa em novembro. Em Sorriso (MT), a saca é negociada ao redor de R$ 119, o que representa uma queda de aproximadamente 1% no mês, segundo o relatório.
No cenário global, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo sua projeção de produção mundial de soja para a safra 2025/26 — de 426 milhões para 422 milhões de toneladas. A redução reflete a menor produtividade das lavouras norte-americanas e de outros países produtores.
Já no Brasil, mesmo com os atrasos observados na semeadura, o Itaú BBA mantém projeção de produção nacional próxima de 178 milhões de toneladas, sustentada pelo aumento da área cultivada e produtividades dentro da média histórica.
O Itaú BBA destaca que a regularização das chuvas ao longo de novembro será fundamental para estabilizar o ritmo de plantio, reduzir riscos produtivos e minimizar impactos sobre o calendário da safrinha de milho.
Caso o regime de chuvas se normalize, os analistas acreditam que a safra 2025/26 poderá recuperar parte do atraso inicial, mantendo a tendência de produção elevada e contribuindo para o abastecimento global.
Fonte: Portal do Agronegócio
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