Publicado em: 18/12/2024 às 11:40hs
A colheita da soja 2024/25 já teve início nas áreas irrigadas de Mato Grosso, um dos maiores produtores de soja do Brasil. Embora os números ainda sejam tímidos e limitados a áreas de pivô, como é habitual, os trabalhos de retirada da safra já começaram na região de Querência. A expectativa é que a colheita se intensifique nas próximas semanas, especialmente em áreas de sequeiro, a partir do final de janeiro e início de fevereiro de 2025, com a colheita se estendendo além das fronteiras de Mato Grosso.
A produção do estado deve atingir 44,04 milhões de toneladas, um aumento de 12,78% em relação à safra anterior. A produtividade média esperada é de 57,97 sacas por hectare, representando um crescimento de 11,15% quando comparado à safra de 2023/24. A área semeada com soja em Mato Grosso foi de 12,66 milhões de hectares, 1,5% maior do que no ano anterior.
O início da semeadura da soja no estado foi marcado por um atraso nas chuvas, o que resultou em um ritmo mais lento nas primeiras semanas. As atividades de plantio se intensificaram na segunda quinzena de outubro, quando as chuvas se regularizaram e mais de 50% da área foi semeada em um período de duas semanas. No entanto, esse atraso pode afetar a colheita. De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), as lavouras de soja apresentam condições dentro do esperado até o momento.
O foco agora se volta para as previsões climáticas. O monitoramento das chuvas se torna essencial, pois o excesso de precipitações pode retardar o ciclo das lavouras e favorecer o surgimento de doenças fúngicas, especialmente nas áreas do Centro-Oeste, que incluem Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais. As chuvas volumosas e persistentes podem afetar o desenvolvimento das lavouras, prolongando o ciclo e criando condições favoráveis à proliferação de doenças. Por outro lado, as regiões mais ao sul do Brasil devem registrar chuvas mais espaçadas nas próximas semanas.
Até novembro, Mato Grosso já havia comercializado 41,09% da safra 2024/25 de soja, um aumento de 3,85 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, indicando um cenário otimista para a produção. No entanto, especialistas afirmam que o volume comercializado é relativamente baixo em comparação a anos anteriores e alertam que os produtores devem repensar sua exposição ao risco, especialmente devido ao aumento nos custos de armazenamento da soja.
Com a projeção de que a taxa Selic possa chegar a 15% no próximo ano, o custo de carregar a soja será mais alto. Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities, destaca que, com o aumento das taxas de juros, o "custo do carrego" será mais elevado, o que pode impactar negativamente a rentabilidade dos produtores. Além disso, ele alerta que, em 2023, muitos produtores adotaram uma "gestão de torcida", apostando em uma valorização da soja que não se concretizou, o que pode ter comprometido a saúde financeira de algumas lavouras.
Fonte: Portal do Agronegócio
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