Soja

Incertezas Climáticas e Dificuldades Financeiras Podem Adiar Safra de Soja 2024/25

Preocupações com o clima e restrições financeiras desafiam o planejamento da nova temporada de soja


Publicado em: 11/09/2024 às 10:00hs

Incertezas Climáticas e Dificuldades Financeiras Podem Adiar Safra de Soja 2024/25

O início do plantio da safra de soja 2024/25 no Brasil deverá ser marcado por cautela, com os produtores enfrentando desafios tanto em relação às condições climáticas quanto à gestão financeira. De acordo com Guilherme Frezzarin, head de agronegócios da seguradora FF Seguros, as especulações sobre o clima e os preços da soja são intensificadas pela expectativa de um recorde na oferta da safra americana, além do aumento dos custos de produção e margens mais apertadas no Brasil.

Desafios Climáticos

A análise da FF Seguros aponta que o clima instável nos próximos meses está gerando incertezas para o planejamento da safra de soja. Enquanto a umidade do solo na zona radicular está próxima da saturação em áreas do Rio Grande do Sul e sul do Paraná, a região central do Brasil, especialmente o norte do Paraná, enfrenta a redução dos níveis de água nos solos.

A situação climática na região central do país parece mais preocupante do que no mesmo período de 2021. "Os agricultores devem aguardar que os níveis de umidade do solo se estabilizem e as chuvas se regularizem, o que pode atrasar a semeadura nas regiões do Paraná, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste. A região Sul deverá ter condições de precipitação mais próximas da média climatológica nos próximos três meses", explica Frezzarin.

Durante o plantio, o risco de perda de plântulas devido ao calor extremo é uma preocupação. Modelos meteorológicos sugerem que o ciclo 2024/25 pode ser marcado por temperaturas acima da média e variações no padrão de seca, com Goiás possivelmente sendo o estado mais afetado. A previsão mais pessimista indica que as temperaturas podem superar a média em até 2°C.

Desafios Financeiros

Além das incertezas climáticas, os produtores enfrentam dificuldades financeiras devido ao atraso na divulgação do Plano Safra e na liberação de linhas de crédito, conforme Diego Caputo, gerente comercial de cooperativas da FF Seguros. "O atraso e o aumento das taxas de juros, juntamente com os elevados custos de produção, têm levado os produtores a adotar uma postura cautelosa, adiando a compra de insumos. Nesse contexto, o seguro agrícola ganha destaque como ferramenta essencial para a gestão de riscos climáticos e financeiros, ajudando a mitigar prejuízos e proteger o patrimônio do agricultor", afirma Caputo.

Inovações em Seguros

Para fortalecer sua unidade de agronegócios, a FF Seguros está implementando diversas estratégias, como parcerias, desenvolvimento de APIs para facilitar a contratação de seguros e a tomada de decisões pelos clientes. "Nossa aprovação de propostas está mais ágil, com tecnologias que fornecem dados sobre tipo de solo, declividade, histórico de produtividade e clima dos municípios. A área de subscrição está utilizando processos automáticos inteligentes", revela Frezzarin.

A seguradora também planeja expandir a oferta de seguros para áreas irrigadas, com condições e descontos especiais para esse público. "Trabalhamos para oferecer uma precificação diferenciada, ajustada às tecnologias de irrigação dos produtores", afirma Caputo.

Além disso, a FF Seguros aumentou a distribuição de seus produtos, registrando um crescimento de 32% no número de municípios cobertos. A empresa também está em processo de homologação da plataforma FF Place para facilitar a contratação de seguros patrimoniais e de penhor rural, promovendo a expansão das operações de seguros para o agronegócio.

Recuperação do Setor de Seguros

Após um ano de grandes perdas em 2022, quando as seguradoras desembolsaram mais de R$ 10,5 bilhões em indenizações, o setor de seguros rurais está em processo de recuperação. A seca severa da safra 2021/22 resultou em sinistralidade elevada, afetando a média histórica de produtividade de grãos e impactando a precificação das apólices. Com a redução do gatilho de indenizações, a cobertura foi diminuída em até 20% na média.

O mercado de seguros sofreu retração e aumento dos preços devido a eventos climáticos extremos. No entanto, a seguradora prevê uma estabilização do mercado e espera superar a carteira de seguros agrícolas do ano anterior. "Estamos recuperando melhores condições e ampliando a distribuição dos nossos produtos", conclui Frezzarin.

Fonte: Portal do Agronegócio

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