Publicado em: 12/03/2014 às 15:40hs
Os ataques da lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens) viraram motivo de preocupação em lavouras de Minas Gerais e Goiás, estados monitorados pela Expedição Safra em trajeto de 3,6 mil quilômetros.
A falsa-medideira não é considerada novidade entre os agricultores, mas o aumento recente nos ataques tem preocupado neste ano. “A lagarta é relativamente fácil de eliminar, o maior problema é que ela fica na parte de baixo das plantas, onde é mais difícil fazer a aplicação de defensivos”, detalha o agricultor Claudionor Nunes de Morais. Nos 960 hectares de soja que cultiva em Uberlândia (MG), ele teve gasto extra de até R$ 150 por hectare em inseticidas. Na fase mais avançada de desenvolvimento das lavouras, quando as plantas estão maiores, fica mais difícil para os pulverizadores acertarem os insetos que estão no solo, explica.
Clima aumentou ataque da falsa-medideira na soja neste ano
“Os ataques coincidiram com a ocorrência dos veranicos. Esse foi o principal problema na região”, aponta Marcos Ferreira, agrônomo da Coagril, cooperativa que tem área de 75 mil hectares de soja em Unaí, no Noroeste mineiro. Ele confirma que as duas lagartas exigiram, em média, três a quatro aplicações extras de inseticidas nesta safra.
No estado vizinho, Goiás, os insetos foram um agravante para as lavouras, que já tinham o desempenho comprometido pela escassez de chuvas, avalia Bartolomeu Braz Pereira, vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). “Mesmo se não houvesse problema com o clima haveria perdas”, avalia.
Com uma área de 4 mil hectares destinados à produção de semente de soja no estado, a trading de grãos e produtora agrícola Agrex do Brasil teve que alterar o planejamento por conta das lagartas. “Foram feitas duas aplicações extras e também reforçamos o monitoramento das áreas”, detalha Rogério Grando, diretor de produção agrícola da empresa. Ele estima que as aplicações tenham gerado gasto extra de 3 sacas de soja por hectare.
Preocupado com o aumento nos custos para aplicação de inseticidas, o produtor Adelson Luis Desiderio apostou em uma fórmula a base de água, amido de milho, açúcar e defensivos para fazer o manejo das lagartas. Ele conta que conseguiu reduzir para menos de R$ 1 por hectare os gastos em aplicações na área de 2,2 mil hectares em Bom Jesus, no Sul goiano. “Isso representou uma economia de R$ 300 mil a R$ 400 mil com aplicações”, garante.
Fonte: Gazeta do Povo Online
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